O que é um blog? a blogosfera é o futuro da comunicação?

Definição:
Explicando para aqueles que acreditam que para um bom entendedor meia palavra basta. Blog é uma forma de expressão com liberdade, sem restrição e censuras. Sem ninguém para corrigir ou editar seu texto. É um diário aberto onde suas idéias e anotações, lembretes e fotos tornam-se públicas e permite que outros comentem pois é um livro virtual e aberto. Hoje o blog é uma febre, um vírus que vicia e contamina ou um incubador de vírus. Embora ainda caminhando à passos lentos, é uma ferramenta utilizada por profissionais de comunicação como meio de informação institucional e para divulgar produtos e ou serviços devido ao fato de permitir uma maior interação com o consumidor. Num conceito puramente teórico, blog compõe a chamada mídia social responsável pela disseminação de conteúdos na rede considerada de mão dupla, onde o leitor participa do processo comunicacioanal de forma ativa. Deixa de ser mero receptor passivo de informação. Outra característica das redes sociais é o uso de linguagem dotada de informalidade e criatividade, mesmo assim há muitos blogs com excelente conteúdo de informação afinal tem muita vida inteligente na rede.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

A comunicação e o desenvolvimento local


Nos últimos anos muito tem sido as tentativas dos governos municipal, estadual e federal em envolver a população, através dos movimentos sociais civis organizados ou não, em participar das políticas públicas. Observo isso pontualmente, em grande medida, desde a minha participação profissional na gestão do governo municipal nas plenárias comunitárias, orçamentos participativos, nas audiências públicas promovida pelo poder legislativo e nos assuntos que envolvem mobilização social como; educação, conselhos de direito, direitos humanos, segurança pública, cultura, esporte e urbanismo.
Os movimentos sociais tem prestado esse papel ao “ajudar” o governo a atuar em beneficio da sociedade, uma vez que é a própria sociedade a protagonista e conhecedora das suas necessidades na sua comunidade e seu território. É sabedora onde aperta o nó.
Por isso as decisões perpassam os gabinetes, no entanto falar de transformações sociais implica olhar de forma critica as transformações mundiais, no contexto da globalização e da sociedade contemporânea, apesar dos avanços e do progresso tem se caracterizado por inúmeros problemas sociais, uma vez que a grande maioria da população encontra-se em território de grande vulnerabilidade social com pouco ou nenhum aparato social.
Diante dessa complexidade, avanços e injustiças, é tempo de rever novos paradigmas, principalmente diante das tecnologias de comunicação contemporânea, que obriga a remodelar as maneiras de pensar e agir de uma sociedade civil imersa que sofre as conseqüências dos problemas sociais, econômicos, políticos e culturais em seu território, uma vez que o global afeta e interfere no local. No entanto é no território que representa o contraponto para atuação na preservação, manutenção ou implantação de ações pontuais de desenvolvimento de proteção do meio ambiente, da superação da exclusão social e do fortalecimento da cultura e identidade local.
É a sociedade civil organizada ou não, que configura como principal sujeito de articulação e mobilização com vistas a enfrentar os problemas globais para desenvolvimento das localidades. Ademais o desafio também é contemporâneo acerca de promover de forma assertiva e participativa a mobilização e articulação dessa sociedade que anseia por mudanças estruturais do “status quo” e provocar, de fato, o desenvolvimento local.
Daí que brota e reforça, que para a sociedade exercer seu papel, a comunicação tem que ser pautada de forma estratégica para atingir os objetivos de mudança e transformação social tão ressonante nas instituições como nas comunidades.
Assim, nesse contexto, a comunicação deve constituir a ferramenta estratégica que privilegie estabelecer canais efetivos de ligação com os segmentos e redes sociais vinculados, seja ele público ou privado e, principalmente, a abertura de fontes com vistas a efetiva difusão da informação que cause a mobilização local e social para agregar valores e facilite os processos interativos de mediação com os diferentes públicos porem essenciais que podem se articular com o objetivo de primeiro: obter sucesso e resultado nas ações uma vez que pode funcionar com divulgador e segundo: propor maior visibilidade das conquistas.
Assim é cada vez mais crescente a importância da comunicação como estratégica, para alcançar mudanças de postura, condutas e paradigmas nos dias de hoje.
A comunicação estratégica poderá ocupar de forma espontânea os meios de comunicação de massa local e regional, transformando-se em notícia e ser uma forte e principal aliada para alcançar, com mais eficácia, os resultados para qualquer tipo de ação sejam elas oriundos das organizações privadas, organização governamentais e não governamentais. O que a justifica é a compreensão que a mediação originária pelo viés da comunicação é o principal espaço de diálogo público e responsável para a multiplicação, o (re)conhecimento, a transformação e o desenvolvimento territorial.
Como estratégia entende-se abrir mão da comunicação somente por intermédio do grito, das passeatas, das bandeiras de luta, das porteiras derrubadas, das invasões de terra e dos espaços e repartições públicas e produção de impressos ao acaso. Tudo isso deverá ser substituído e orquestrado, par e passo, por um planejamento estratégico de comunicação apoderando-se dos atuais recursos e das formas e tecnologias contemporâneas de comunicação.
Vamos lá, pense num mundo sem comunicação. Hoje é difícil imaginar como seria a existência da espécie sem a comunicação. A comunicação é o elo de ligação mais primitivo que existe entre os seres humanos. O mundo da comunicação é vastíssimo e está bem longe da comunicação apenas verbal e dos sons do tambor. São: sinais, imagens, gestos, outros sons, e expressões todas emitidas pelo corpo do homem. Ainda na comunicação não verbal nos comunicamos ao sentar, andar, na postura, na roupa que usamos, é a comunicação do comportamento social.
Mesmo que a comunicação carregue uma multiplicidade de características e conceitos é ela que constrói e dá sentido aos comportamentos e pensamentos do homem. Então é pertinente pensar que o ato de comunicar tem uma estreita ligação com a vida e negá-la é negar a existência. Pense nisso!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Comunicação, educação e dominação


Pode-se considerar que o conhecimento é a liberdade e a emancipação do homem, e que isso acarreta a transformação de sua conduta na sociedade. Ao seguir esse raciocínio, considera-se que o homem sem conhecimento é adestrável, dominado e incombativo. Então, por que produzir incentivo ou mecanismo gratuito para transformá-lo num ser capaz de adquirir poder e ser combativo? Com isso, ele passaria a ter poder de escolha e maior criticidade.
Paulo Freire incita, em seus textos, que a educação desenvolvida em toda a história sempre visou proporcionar conhecimentos que pudessem manter os sujeitos dominados, ingênuos e domesticados em servidão dos opressores. E isso por si caracteriza a violência, a partir do que se tira o direito de conhecer, exclui-se pela classe.
A transformação se dá pelo conhecimento, exclui o que dela só tem alcance gratuitamente e privilegia o que tem o poder de compra. O conhecimento é privatizado, vira mercadoria. Valendo do pensador Paulo Freire, permitir a criatividade e o conhecimento ao sujeito é perigoso, o que vale é negar-lhe a vocação de “ser mais”.
Pode-se admitir, então, que a interligação entre violência e educação é derivada da ressonância adquirida pela informação e a comunicação para uma compreensão e formação de senso, que pode ser maniqueísta.
Segundo orienta Epstein quando cita em seu texto uma “racionalidade instrumental do homem econômico”, isso quer dizer que o homem é um instrumento da economia, do capital a partir dessa compreensão e de que todo conhecimento está relacionado à agenda do poder do Estado.
Os meios de comunicação utilizam-se dessa ‘matemática’ variável e aberta, que Epstein considera uma orientação ‘agonística’ com múltiplas variantes e que determina o ‘jogo’, para a sua.

“[...] ação comunicativa com múltiplos objetivos [...] exemplos de casos de mensagens persuasivas de propaganda em seu componente enganoso, interrogatório de prisioneiros, certos comportamentos antiéticos [...] podem recobrir situações reconhecidas como aceitáveis, como estratégias em determinadas competições desportivas, eleitorais, empresariais, conflitos políticos e situações de guerra.

Isso é compreensível. Ao se analisar a história, o homem sempre foi um instrumento econômico para qualquer tipo de poder, sempre foi uma mercadoria. E os meios de comunicação podem conduzir o sujeito a ter um raciocínio falso involuntariamente, contudo, a serviço dos interesses dominantes.
Em Platão há uma passagem sobre justiça no texto “A República e as leis”, oriunda de uma conversa entre os filósofos. É, no mínimo, reflexiva, “[...] propõe uma definição de justiça [...] dar a cada um o que lhe é devido [...] justiça se define pelo interesse do mais forte, e que a injustiça é mais vantajosa do que a justiça[...]”. A idéia é repudiada por Sócrates, que argüiu: “sem justiça, sociedade alguma é possível”. Pode-se refletir e trazer para o mundo atual com a seguinte questão: quem define o que é justo ou o que é justiça hoje? É aquele que tem ou não tem conhecimento? Ademais, é pertinente acrescentar que a idéia recortada do texto tem origem há aproximadamente 2.500 anos e, no entanto, parece que acabara de ser proferida. Sócrates continua o discurso: “a justiça é mera convenção e que se é preferível a injustiça, isso se deve apenas às vantagens que acarreta”.
Ao analisar a lenda dos prisioneiros da caverna, sujeitos que ficaram uma vida inteira aprisionados e acorrentados, vendo o mundo através das sombras que a sociedade lhes permitia enxergar, sendo esta a única visão possível de um mundo exterior. Para esses indivíduos isso é um mundo real, incontestável e verdadeiro.
Será pertinente, mais adiante, valer-se de uma analogia com essa visão de aprisionados com os temas objeto desta pesquisa: violência, educação e comunicação.

Colombia. Território da violência?


Este material já é parte da minha pesquisa sobre a violência e a criminalidade no Brasil e na Colombia com uso de estratégia de comunicação.

Comunicação e sociedade

Numa sociedade rodeada por complexidades e conflitos de toda monta, sejam eles; sociais, políticos, ideológicos, religiosos, estruturais, econômicos e culturais é cada vez mais crescente a importância da comunicação como estratégica, para alcançar mudanças de postura, condutas e paradigmas para os dias de hoje. A comunicação é uma forte, e principal, aliada para alcançar, com mais eficácia, os resultados em qualquer tipo de ação sejam elas oriundos das organizações privadas, organizações governamentais e não governamentais a comunicação é o elo de ligação mais primitivo que existe entre os seres humanos. E mesmo que a comunicação carregue uma multiplicidade de conceitos e formas é ela que constrói e dá sentido aos comportamentos e pensamentos do homem. Então é pertinente pensar que o ato de comunicar tem uma estreita ligação com a vida e negá-la é negar a existência humana, quiçá qualquer forma de transformação.
Ao longo dos tempos a comunicação adquiriu status semelhantes a do rio na comparação do poema de Ovídio quando ilustra que o “rio nasce pequeno, mas ganha força correndo e por onde passa recebe muitas águas”. A comunicação saiu das origens do primitivismo ganhou ramos, folhas e ficou frondosa. Frondosa a ponto de ser o manto que dita as regras do jogo social e, ao que tudo indica, é o que causa a relação de dependência ou de liberdade.
Se por um lado, pesquisadores sobre sociedade moderna quando investigam a comunicação, a traçam como a matriz do controle social das massas e pela hegemonização do pensamento, reforçada com a proliferação das tecnologias e a profissionalização das ações, responsáveis por acrescentar outras ressonâncias que faz da comunicação uma figura emblemática neste caminhar do terceiro milênio, por outro lado classificam que a sociedade contemporânea não consegue se desenvolver sem a mediação dos processos comunicacionais.

As Eras da Comunicação

Neste ano de 2009 a escola de samba Unidos do Salgueiro, do Rio de Janeiro, levou para o sambódromo e mostrou de forma cantada, na ponta dos pés, de maneira lúdica e vitoriosa a importância do instrumento para a evolução da humanidade. O dado é que o tambor é um meio de comunicação tão primitivo quanto a origem humana e sem perder as características originais, tanto hoje como ontem, serve para anunciar festas, nascimento, morte, presença de inimigos ou amigos, anunciar chuvas, empregado em rituais religiosos. Acredita-se que os primeiros tambores fossem troncos ocos de árvores tocados com as mãos ou galhos. Dada a simplicidade de construção e execução, embora não seja mais tão rústico mas continua artesanal, tipos diferentes de tambores existem em praticamente todas as civilizações conhecidas. Devido a potencialidade sonora serve para dar o tom às diversas manifestações musicais e artísticas à exemplo dos batuques e das baterias nota 10 das escolas de samba como muito bem executou a Salgueiro na avenida.
Pense num mundo sem comunicação. Hoje é difícil imaginar como seria a existência da espécie sem a comunicação. A comunicação é o elo de ligação mais primitivo que existe entre os seres humanos. O mundo da comunicação é vastíssimo e está bem longe da comunicação apenas verbal e dos sons do tambor. São: sinais, imagens, gestos, outros sons, e expressões todas emitidas pelo corpo do homem. Ainda na comunicação não verbal nos comunicamos ao sentar, andar, na postura, na roupa que usamos, é a comunicação do comportamento social.
Mesmo que a comunicação carregue uma multiplicidade de características e conceitos é ela que constrói e dá sentido aos comportamentos e pensamentos do homem. Então é pertinente pensar que o ato de comunicar tem uma estreita ligação com a vida e negá-la é negar a existência.
Ao longo dos tempos a comunicação adquiriu status semelhantes a do rio na comparação do poema de Ovídio quando ilustra que o “rio nasce pequeno, mas ganha força correndo e por onde passa recebe muitas águas”. No entanto, a comunicação saiu das origens do primitivismo ganhou ramos, folhas e ficou frondosa. Frondosa a ponto de ser o manto que dita as regras do jogo social e, ao que tudo indica, é o que causa a relação de dependência.
Os pesquisadores, sobre sociedade moderna, quando investigam a comunicação, a traçam como a matriz do controle social das massas e por uma hegemonização do pensamento associada e reforça com a proliferação das tecnologias e a profissionalização das ações comunicativas, mas por outro lado classificam que a sociedade contemporânea só se desenvolveu graças a mediação dos processos comunicacionais. Todo ato de comunicação envolve: emissor, mensagem, sinais, código, canal e receptor,
De fato a existência do homem só é possível por meio da comunicação. Ela permeia toda a sua vida. Em qualquer momento e lugar, onde existe vida humana, existe comunicação. Imagina-se que os tijolos só conseguem sustentar a parede se houver a massa de cimento ou barro unindo-os firmemente. Se compararmos o mundo a uma imensa casa e as pessoas sendo os tijolos, então a massa que une esses tijolos é a comunicação. É notório, o mundo que hoje se conhece é cheio de problemas, mas também repleto de realizações para a vida, e se desenvolveu graças à comunicação, que ligou a humanidade. Nada adiantaria ao homem possuir a capacidade de raciocínio se não houvesse criado formas de transmitir, comunicar suas descobertas, seus conhecimentos e suas idéias ou conceitos.
Utilizando os estudos e pesquisa sobre comunicação, é possível extrair alguns dos principais conceitos relacionados ao campo da Comunicar(ação), classificados conforme sua abordagem da existência humana. Diz o dicionário de Rabaça.

Conceito etimológico - A origem da palavra Comunicação introduz a idéia de comunhão, comunidade. Como diz Wilbur Schramm, quando nos comunicamos, tratamos de estabelecer uma comunidade, isto é, tratamos de compartilhar informações, idéias, atitudes. Sérgio Luiz Velozo endossa ao afirmar que Comunicação é fazer participar, é trazer para a comunidade o que dela estava isolado. Comunicar significa, assim, estabelecer comunhão, participar da comunidade, através do intercâmbio de informações.

Conceito biológico - Identifica a Comunicação como atividade sensorial e nervosa. Luiz Beltrão situa a Comunicação entre os seres vivos como necessidade não só para a sobrevivência, mas também para a perpetuação da espécie. No caso da espécie humana, ela procura comunicar-se intensamente, levando a informação obtida ao conhecimento de outrem, em uma ação reflexiva e objetiva. Wilbur Schramm diz que essa atividade nervosa e sensorial inclui a coleta de informações de diferentes partes do ambiente e diferentes partes do corpo, a armazenagem e restabelecimento da informação, a disposição, processamento e avaliação que ocorre no processo de tomada de decisão, a circulação de informações para os centros de ação e, especialmente, o preparo de ordens que resultam no envio de mensagens para o ambiente. José Marques de Melo conclui que, do ponto de vista biológico, a Comunicação pode ser entendida como o ato de exprimir e transmitir o que se registra ou se passa no sistema nervoso do indivíduo.

Conceito pedagógico - John Dewey afirma que os homens vivem em comunidade em virtude das coisas que têm em comum, e a comunicação é o meio pelo qual chegam a possuir coisas em comum. Nesse sentido, enfatiza Marques de Melo, a Comunicação é uma atividade preponderantemente educati¬va, porque pressupõe o intercâmbio de experiências entre pessoas de gerações diferentes, ou de uma mesma geração, assegurando a renovação constante das experiências individuais, que se transforma em patrimônio coletivo. Vivemos numa época em que a mídia assume um papel de educadora coletiva, podendo facilitar a difusão de conhecimentos capazes de orientar o comportamento dos cidadãos em todas as dimensões. Pedagogicamente podemos dizer que Comunicação é o processo de transmissão de experiências e ensinamentos.

Cronologia da Comunicação


A Era da Fala
A fala surge quando grunhidos, gestos, expressões faciais e o uga-uga da Pré-História não são mais suficientes, porém não existe ou não foi descoberto nenhuma referência científica ou registro que demarcam o momento que o homem começou a verbalizar. Acredita-se que a escrita é anterior a fala. A comunicação oral e o poder do discurso sempre foram reconhecidos, no decorrer da história, como principal instrumento para difundir informações. Na era medieval os sermões de padres e frades eram obrigação aceita e estes modificavam o seu discurso conforme a platéia, por isso alguns pesquisadores descreve os púlpitos católicos como "meios de comunicação em massa". O boca-a-boca nunca perdeu importância, principalmente nos espaços públicos.

A Era da Escrita
A escrita originou a partir de desenhos. A escrita libera o cérebro da tarefa de memorizar. Com ela, o saber pode ser acumulado fora do corpo e é possível deixar registros que serão vistos mesmo depois da morte. A palavra escrita torna-se sagrada e os livros, pilares das religiões. Cada cultura desenvolveu sua escrita de forma independente e peculiar. A mensagem é eternizada. A escrita foi o principal fator que provocou o desenvolvimento do Estado e das Cidades.
8000 a.C. Os primeiros registros que indicam o nascimento da escrita, encontrados em cavernas, são desta data
4000 a.C. Pesquisadores descobrem que já havia serviço de correio entre chineses
3.700 a.C. Embora haja controvérsia quanto a data é nesse período que os egípcios descobrem a forma de fazer papel
3500 a.C. Os egípcios criam os hieróglifos

A Era da Imprensa
A prensa, inventada por Gutenberg em 1452, permitiu a reprodução fiel e a difusão de uma mesma mensagem. Os acontecimentos circulam com rapidez. Notícias ganham alcance continental, de forma periódica. Instala-se a idéia da liberdade de imprensa: é preciso dizer tudo. A invenção do jornal impresso alterou a natureza da cultura oral.
59 a.C. Data que marca a existência do único jornal a serviço do império Romano
305 d.C. Registros marcam que as primeiras prensas de madeira foram inventadas na China.
713 d.C. Em Pequim foi feito o primeiro jornal em papel feito em na China
1450. Os primeiros jornais manuscritos aparecem na Europa
1650. Primeiro jornal diário aparece na Alemanha

A Era do Fio
O ar é um suporte mais dinâmico e democrático do que as folhas de papel. Com os veículos "de massa", é possível atingir uma multidão de anônimos. As ondas do rádio encurtam distâncias. O telégrafo e o telefone possibilitam a comunicação instantânea - com a interação quase imediata de emissor e receptor - e, por isso, funcionam quase como extensões do corpo. A mensagem sem fronteiras
1835. O telégrafo elétrico é inventado por Samuel Morse
1876. Alexander Graham Bell patenteia o telefone elétrico
1887. Emile Berliner inventa o gramofone

A Era do Rádio
Basicamente o rádio inaugura a era da comunicação por meio da de sinais eletromagnético cujas transmissões se destinam ao público ouvinte difusão tecnologia. O rádio marca um período de transformação para a história da comunicação é partir dele que nasce a televisão cuja base é a transmissão por ondas sonoras à longa distância.
1894. O italiano Marconi inventa o rádio. Trinta anos depois, o veículo está no auge da sua popularidade
1899. Primeira gravação magnética, ponto de partida de fitas cassete
1948. Inventado o LP de vinil de 33 rotações

A Era da Televisão
A televisão inova o conceito de som transmitido por meio radiocomunicação ao acrescentar sinais visuais. A comunicação audiovisual poupa-nos o esforço da imaginação. Da urgência de captar o movimento de uma sociedade industrializada, surge a fotografia. Logo o cinema cria a ilusão do movimento real. A TV traz o mundo para dentro da sala - e, com ele, as mensagens publicitárias. Há uma nova maneira de perceber o planeta: é o começo da globalização A ilusão do mundo real.
1827. Joseph Nicéphore Niépce faz a primeira fotografia de que se tem notícia
1888. Aparece a câmera fotográfica de filme de rolo
1895. Os irmãos Lumière inventam o cinema na França
1910. Thomas Edison faz a demonstração do primeiro filme sonoro
1923. A televisão é inventada por Vladimir Kosma Zworykin
1927. Primeira transmissão de televisão na Inglaterra
1934. Inventado o videotape

A Era do Computador
O mundo virtual é um imenso arquivo de dados sempre disponível. Não há fronteiras: tudo está ligado em rede planetária. E um minúsculo aparelho é capaz de nos dar acesso a todo esse universo. Os impactos da internet mudam as relações de trabalho, o aprendizado e a vida social. É preciso rever alguns conceitos, como a liberdade de expressão. Tudo ao mesmo tempo agora

1971. Surge o primeiro disquete de computador
1976. Inventado o computador pessoal Apple I
1981. Vendido o primeiro PC da IBM
1994. Nasce a World Wide Web

A Era Digital
A introdução da internet no cotidiano das pessoas, tanto nas relações pessoais como nas profissionais e acadêmicas, possibilita maior volume de circulação de comunicação informação oriunda de diversas fontes. Há também a descentralização do processo de produção e veiculação de notícias. Escapa das mãos de qualquer editor ou censor dos veículos de comunicação de massa. Acredita-se, que a internet subverte a autoridade política, ao mesmo tempo e que enfraquece as formas estatais de controle. A rede também é considerada um lugar de continuidade da cidadania, uma cidadania que se articula. Por este motivo a era digital marca o tempo da liberdade de expressão.
Entramos num novo paradigma de comunicação. A virada do milênio extrapola a expectativa da ficção cientifica e começa a fazer parte da realidade do dia-a-dia, trocamos, passamos e buscamos informações em qualquer lugar do mundo. Conversamos por meio de vídeo conferência, falamos com outro através de câmara digital, trocamos dados por celular seja fotos, textos sons. Temos a possibilidade de nos comunicar por meio de computador portátil que carregamos na bolsa, na mão.
Li um trecho encontrado na apresentação do livro Cibercultura de Lévy e vou reproduzir parte aqui. Diz o seguinte,”(...) estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste espaço no plano econômico, político, cultural e humano. Que tentamos compreendê-lo, pois a verdadeira questão não é ser contra ou a favor, mas sim reconhecer as mudanças qualitativas(...)”.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Conferência e modelo participativo


PUC - Referência acadêmica

A Etapa da Conferência Livre de Segurança Pública da PUC-SP alcançou os objetivos colimados, na medida em que a Universidade deu sua contribuição na efetivação da democracia participativa na construção de outro paradigma de Segurança Pública, como um dever ético político, em conjunto com a sociedade civil organizada e trabalhadores da área da segurança pública, como algo pioneiro e se tornando uma referência nacional.
Dessa forma, a PUC-SP contribui com a transformação de um modelo de segurança pública velho, exaurido, em um novo paradigma tanto em termos da segurança pública como em termos de novas estruturas de órgãos policiais, comprometidos com a defesa da dignidade da pessoa humana, com a defesa da vida e do bem-estar social dos cidadãos e das cidadãs brasileiros, tornando a segurança pública um direito fundamental, sob a prevalência dos direitos humanos, propiciando ao povo e aos policiais a possibilidade de galgarem patamares superiores de cidadania, na construção de uma cultura de não-violência, de uma cultura da paz.
De importante, a Conferência Livre de Segurança Pública da PUC-SP fez relevante reflexão sobre as diversas manifestações da violência e da criminalidade, decorrentes de uma sociedade marcada por profunda desigualdade social, alta concentração da riqueza e uma das piores distribuições de renda do mundo. A impunidade, especialmente daquelas pessoas que detém poder econômico e influência política, com altos índices de corrupção e de uma elite despojada de padrões éticos e morais, que banaliza a violência e a criminalidade e, tanto pior, privatiza o Estado e suas instituições para preservar o status quo.
Nesse sentido, a Conferência Livre de Segurança Pública da PUC-SP buscou a consolidação de um novo conhecimento pautado pela interlocução científico produzido na Universidade com o saber técnico dos profissionais da área da Segurança Pública, fortalecido com o saber e a legitimidade dos movimentos populares e sociais que por último definem qual o paradigma de Segurança Pública devemos construir. Veja, logo abaixo, a integra o resultado, todos os princípios e diretrizes que foram extraídos da conferência

quinta-feira, 21 de maio de 2009

PUC São Paulo realiza Conferência em Segurança Pública

Será realizada na PUC de São Paulo em 30 de maio a Conferência Livre em Segurança Pública. O evento é uma realização em conjunto com a Faculdade de Educação, o NTC - Núcleo de Trabalhos Comunitários, NEPSUC - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Segurança Urbana e Cidadania e a Pastoral Universitária. Abertura no TUCA - Rua Monte Alegre, nº 1024 as 8h e Abertura dos Trabalhos no Teatro Tuca - das 8 às 11h – Continuação dos Trabalhos Rua Ministro de Godói, nº 969 – 3º andar; Sala 239 até as 17h
A Conferência Livre é uma etapa das atividades, desenvolvidas em âmbito nacional desde 2008, e visa subsidiar a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública que acontecerá em agosto na cidade de Brasília orquestrada pelo Ministério da Justiça, Senasp e Renaesp, hoje, a conferência, configura como espaço onde diversos setores da sociedade podem; participar, debater, aprofundar e assim construir elementos fortalecedores através de uma relação dialógica para a formulação de diretrizes para um novo paradigma de Política Nacional de Segurança Pública.

A reflexão histórica
Há pouco mais de trinta anos o movimento estudantil reunidos em diversos campus protestavam contra a ação arbitrária da policia que visava impedir a realização do encontro nacional dos estudantes. O campus da PUC/SP foi cenário de violenta repressão policial. Homens do batalhão de choque da polícia militar, comandados pelo então secretário de Segurança Pública Cel. Erasmo Dias, invadiram as dependências da universidade mais de 3 mil pessoas entre estudantes muitos em salas de aulas, professores, funcionários e visitantes foram detidos, muitos espancados. O episódio jamais fora esquecido e no decorrer dos anos submerge e reluz com força nas discussões internas e nos diversos centros acadêmicos espalhados por todo o campus. A ferida ainda está aberta. E não é pra menos. As cenas de horror jamais serão apagadas da história e aquela noite ficou registrada na memória como “a noite de inferno e triunfo” pois a invasão da PUC-SP foi mais uma tentativa fracassada de amordaçar a classe estudantil e criar um clima de insegurança. Tratava-se de uma manobra sem efeito devido ao já desgastado “modus operandi” imposto pelo monólogo e arbitrariedade que horrorizavam nos anos de ditadura. A ação só serviu para consolidar a derrocada dos já fragilizado alicerce do regime de opressão política.
O movimento estudantil tem sua marca histórica como um dos pioneiros a levantar bandeira contra a ditadura militar abrindo caminhos para realizações de greves e mobilizações que colocaram abaixo o regime militar e iniciando todo um processo de redemocratização do país marcada com a campanha pelas eleições diretas já, mudanças na constituição, Impeachment e modelo de democracia participativa.

Novo paradigma um dever acadêmico
No entanto é em 2009 trinta e dois anos depois, que a universidade abre as portas do Teatro TUCA e das instalações acadêmicas para abrigar a Conferência Livre em Segurança Pública, O evento cujo tema é “A contribuição da Universidade na efetivação da democracia participativa na construção de outro paradigma de Segurança Pública: um dever ético político”.
É importante ressaltar que a PUC/SP é desde 2000, através da Faculdade de Educação e por meio do NTC, tornou-se referência na contribuição para formação de profissionais das diversas instituições policiais. Assessora nas políticas públicas municipais em segurança, sob a ótica da concepção dos direitos humanos e da pedagogia libertadora além de promover a política de segurança como matriz para o desenvolvimento integrado, descentralizado e participativo.
A conferência é um diferencial para o fortalecimento da participação cidadã na construção histórica no Estado de Democrático de Direito Brasileiro, pois em nenhum outro momento o poder público, a população, as entidades civis organizadas, as instituições policiais a instituições acadêmicas e os organismos de imprensa, com perfis e vivências bem diferenciados, estão reunidas, imbuídas com o mesmo objetivo em debater um novo modelo de segurança pública.
Nos últimos anos, poucos temas têm despertado tanto o fascínio como a preocupação, nas instâncias públicas e desafiam o Estado e a sociedade brasileira de forma mais urgente e grave como a segurança pública, motivado, em grande medida, pelos índices crescentes da violência e criminalidade.
E hoje mesmo com a complexidade do tema e a pouca familiaridade acerca dos problemas da segurança pública urge a necessidade da problematização das reais causas geradoras de violência e de criminalidade. A violência e a criminalidade têm sido estudadas sob diferentes primas nas ciências humanas e o papel que as políticas públicas desempenham no seu controle faz da segurança uma das principais agendas políticas do país hoje. No entanto aquela segurança pública conservadora que na luta contra a violência e criminalidade sugere que a segurança dos cidadãos se estabelece a partir da punição contra aqueles que entraram na criminalidade, saíram do controle, considerados perigosos e inimigos da lei, já ultrapassou há muito tempo e por isso somente o Estado não pode ser “eleito” como principal e único bastião da segurança pública e detentor de todo poder e não pode ser o único decidir sobre os rumos da segurança pública no país.Cada estado, cada município, cada comunidade e cada cidadão tem suas necessidades e preocupações. Aí reside a importância da conferência onde todos, sem distinção, podem e devem participar deste debate político e propor e aclamar por mudanças capazes de ecoar em ação concreta. Que segurança pública queremos? Requer uma prática plural oriunda da participação pública de todos os setores intervenientes da sociedade e não apenas na ação das autoridades ou confinados nos domínios dos gabinetes.
Por isso a PUC abre as portas para o debate e junto com a sociedade vai discutir as mudanças necessárias e remeter para a etapa nacional. Encaminhar propostas que façam a diferença para construção de uma cidadania baseada no convívio social e quem sabe evitar que, futuramente, outros repressores ao invés de invadir as universidades, as comunidades seja parte integrante dela. Pois aproximar a sociedade dos problemas que tange a segurança pública é tarefa da universidade. È pensando nisso que a PUC através da Faculdade de Educação instituiu o NEPSUC -Núcleo de Estudos e Pesquisas em Segurança Pública e Cidadania. As decisões do que é melhor para a sociedade tem que ser público, franco e aberto, baseado em pesquisa, informação e debates. E esta é a competência e função de uma universidade. O NEPSUC já nasceu com a tarefa de mobilizar atores e trazer para o seio da universidade um debate que nunca deixa de ser recorrente e faz parte da principal agenda política nacional, a segurança pública.
A violência e o crime são fenômenos sócio-políticos e por isso tem que ser encarada no sentido de estudar as necessidades de cada setor dos diferentes segmentos sociais e com a participação ativa de cada cidadão para concretamente construir indicadores sociais com vistas para um novo modelo em segurança pública, contudo balizado pelos princípios e valores de uma gestão integrada.

Convidados para participação:
Dirceu de Melo - Reitor da Pontifícia Universidade Católica/PUC-SP
D. José Benedito Simão - Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. Região de Brasilândia e Representante das Pastorais.
Profª Doutora Maria Stela Santos Graciani – Socióloga pedagoga e educadora social e coordenadora geral do NTC/PUC
Drª Regina Miki – Coordenadora geral da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública
Dr. Francisco Jesus da Paz - 1º Tenente Res PM. Membro do Conselho Deliberativo da Associação dos Oficiais Reserva e Reforma da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Prof.º do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Políticas Públicas em Segurança Pública COGEAE – PUC/SP.
Benedito Mariano – Sociólogo e atual Segurança Urbana em São Bernardo do Campo
Renato Simões – Filósofo e especialista em Direitos humano é ex Deputado Estadual por SP
Ariel de Castro – Advogado É Presidente da Fundação Criança de São Bernardo.
e participante do Movimento Nacional dos Direitos da Pessoa Humana.
Ricardo Balestreri – Secretário Nacional de Segurança

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Conferência Livre em Segurança Pública

Conferência livre em segurança pública

A Pontificia Universidade Católica em conjunto com o Núcleo de Trabalhos Comunitários, o Núcleo de Estudo e Pesquisa em Segurança Urbana e Cidadania e a Pastoral Universitária realizarão a Conferência Livre em Segurança Pública com o tema:“A contribuição da Universidade na efetivação da democracia participativa na construção de outro paradigma de Segurança Pública: um dever ético político”.
Dia: 30 de maio de 2009 das 8 às 17 h -
Local de Abretura -Teatro Tuca
Rua Monte Alegre, nº 1024:
Maiores esclarecimentos ligue 11 3864-6503 - email nepsuc@gmail.com ou confsegpublica@pucsp.br

Faça já sua inscrição

sábado, 18 de abril de 2009

Operação Valkiria

O texto abaixo trata-se da reprodução, traduzida para o português brasileiro, do comentário do filme efetuado no site onde o filme está a disposição. Logo abaixo disponibilizo a do filme Vale a pena conferir.

De Bryan Singer
Com Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Tom Wilkenson
Todos os anos surgem nas salas de cinema mundiais, obras cinematográficas baseadas ou inspiradas em histórias verídicas da Segunda Guerra Mundial. O ano de 2008 não foi exceção e também nos apresentou diversos filmes que resgataram a temática da guerra mais sangrenta e violenta do século passado. Entre esses títulos encontra-se “Valkyrie”, uma co-produção Alemã e Americana que nos leva até aos bastidores do Terceiro Reich para nos desvendar os segredos da Operação Valquíria, uma tentativa frustrante de Golpe de Estado levada a cabo por forças da Resistência Alemã com o apoio de algumas altas patentes do Terceiro Reich.
A principal figura desta fracassada operação/conspiração foi o Coronel-Conde Claus Schenk Graf von Stauffenberg (Tom Cruise), um orgulhoso nacionalista alemão que sempre foi fiel ao seu país mas que após ver Hitler precipitar a Alemanha e a Europa no caos, começa a acreditar que é preciso passar à ação e travar o líder da Nacional-Socialista Alemã.
Em 1942, Stauffenberg junta-se em segredo à Resistência Alemã Anti-Hitler, para começar a desenvolver os primeiros planos contra a vida do Fuhrer contudo uma série de infelizes acontecimentos impede a execução concreta e eficaz do ataque, no entanto, um ano mais tarde e após Stauffenberg regressar do Norte de África, onde sofreu várias lesões físicas, começam a delinear-se os preparativos concretos da Operação Valquíria. Após um ano de intensivo planejamento, Stauffenberg avança finamente com a Operação Valquíria na manhã de 20 de Julho de 1944, mas uma série de coincidências infelizes protege Hitler do atentado e automaticamente condena os seus autores à morte.A história real da Operação Valquíria é muito mais complexa do que aquela que é apresentada em “Valkyrie”, uma obra que apenas apresenta os traços gerais da conspiração e sempre através da perspectiva de Stauffenberg, no entanto temos que aceitar essa versão dos fatos porque não estamos perante um documentário mas sim perante um thriller que tem como objetivo principal apresentar uma história recheada de suspense e tensão que capte a atenção do espectador. O maior problema de “Valkyrie” reside precisamente nesse ponto, apesar de só apresentar as partes fatídicas da operação, o filme não consegue incutir um ambiente tenso em redor dos avanços e recuos da conspiração. Durante duas horas o filme limita-se a recontar uma história amplamente conhecida do público, sem lhe conferir uma réstia significativa de emoção que a torne apelativa do ponto de vista sócio-psicológico. Na minha opinião, esta ausência latente de emoção e ação prejudica todo o conceito narrativo do filme que desta forma, limita-se ao relato de fatos de forma seca e impessoal, algo que desde logo cria demasiadas semelhanças com um documentário histórico que apenas visa o apuramento concreto dos fatos. Seria de esperar que um filme deste gênero concedesse uma maior prioridade ao lado humano da história mas tal não aconteceu.
A falta de subjetivismo das personagens e da própria história afetou irremediavelmente os vários diálogos políticos e românticos presentes no filme, estes são demasiado mecânicos e superficiais, o que obviamente impede a exteriorização de uma mensagem sentida e reveladora do caráter e personalidade das diversas personagens que integram a história do filme.É óbvio que a fama desta história e o prévio conhecimento do seu final pode tornar o filme menos interessante mas também é verdade que no passado várias obras sobre temáticas igualmente famosas (Elizabeth, Downfall, Marie Antoinette) conseguiram oferecer ao público um drama pessoal/coletivo apelativo e digno. Essas obras apostaram no lado humano sem descurar o lado histórico, conseguindo assim, harmonizar os dois aspectos fundamentais num enredo completo e capaz de agradar ao público que não procura uma lição de história. Apesar de raros, consegui encontrar alguns momentos iminentemente pessoais nessa obra, o mais visível encontra-se no inicio do filme onde Stauffenberg vive um breve dilema entre o dever de servir o seu governante e o dever de tentar criar uma Alemanha melhor. Mesmo com a presença destes pequenos “achados”, continuo a acreditar que faltou a esse “Valkyrie” uma construção narrativa mais criativa e emocional.À parte da imperfeição narrativa, encontramos em “Valkyrie” alguns atrativos que incluem o elenco e todos os aspectos ligados ao visual e ambiente do filme. O elenco é liderado por Tom Cruise que conseguiu sobrepor-se às polêmicas da sua vida privada, para arrancar uma prestação bastante plausível e interessante que nos recorda o Tom Cruise de outros tempos. Para além de Cruise, “Valkyrie” também contou com os serviços de um competente e talentoso elenco secundário que apoiou na perfeição o protagonista. O outro grande atrativo do filme está nos seus cenários e adereços, maravilhosamente recriados e inseridos no espírito da época. Esta preocupação ao nível visual e histórico dos adereços e localizações, permitiu um encaixe perfeito no ambiente da Segunda Guerra Mundial.Feitas as contas, “Valkyrie” custou aos estúdios MGM cerca de 90 milhões de dólares. Um valor/ investimento demasiado alto para um filme que apenas roça o aceitável. O principal responsável por esta quebra nas expectativas é sem dúvida o argumento que não foi devidamente desenvolvido ao nível humano e psicológico.

sábado, 4 de abril de 2009

Motoboys: conceitos e visões

Os diferentes olhares voltados para o motoboy na imprensa, na universidade e na sociedade

O trânsito é um dos pontos centrais no sistema de funcionamento das grandes cidades. As ruas estão marcadas pela disputa de espaço entre veículos – ônibus, carros, motos, bicicletas - e pedestres. Diariamente, esta disputa provoca estresse e ansiedade nos habitantes do espaço urbano. Não raro, produz vítimas e prejuízos econômicos. Em uma metrópole como São Paulo, estes problemas são potencializados pela quantidade de pessoas e veículos em circulação e também pela pressa característica da vida moderna. Veja texto na integra em: http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/anexos/teses_pdf/MonografiaMotoboys.pdf

segunda-feira, 23 de março de 2009

Segurança Pública. Agenda coletiva e nacional


Segurança Pública – Agenda coletiva e nacional
Nos últimos anos, poucos temas têm despertado tanto o fascínio como a preocupação, nas instâncias públicas e desafiam o Estado e a sociedade brasileira de forma mais urgente e grave como a segurança pública, motivado, em grande medida, pelos índices crescentes da violência e criminalidade.
A violência e a criminalidade têm sido estudadas sob diferentes primas nas ciências humanas e o papel que as políticas públicas desempenham no seu controle faz da segurança uma das
principais agendas políticas do país hoje. No entanto a segurança pública conservadora, na luta contra a violência e criminalidade, sugere que a segurança dos cidadãos
se estabelece a partir da punição contra aqueles que entraram na criminalidade, saíram do controle, considerados perigosos e inimigos da lei. Por isso o Estado sempre foi “eleito” como principal e único bastião da segurança pública e detentor de todo poder. Segundo Bismael B. Moraes. (...) o estado é uma criação intelectual do ser humano para manter o equilíbrio social e servir a coletividade. Entretanto, este mesmo Estado e sua complexa máquina nos três poderes, depende da consciência e vontade das pessoas(...)” O autor simplifica neste recorte que o Estado não pode ser o único decidir sobre os rumos da segurança pública no país, cada estado, cada município, cada comunidade e cada individuo tem suas necessidades e preocupações.
O curso proposto é um elemento fundamental para abrir as janelas da ampliação ao tema e contribuir na promoção das mudanças de paradigmas necessárias para realmente concretizar ações cidadãs para nossa história recente.
Hoje está havendo uma ressonância para mudanças no paradigma para buscar enfrentar os problemas da violência e criminalidade em conjunto porque a atuação do Estado só é possível através do contado direto com a comunidade, conhecer seus problemas e anseios para melhorar o convívio social. Somente assim tenderá a espelhar o modo de agir de toda ação de segurança pública.
O livro, em produção, trará elementos, apresentados no curso desses, “modus operandi” coletivo para realmente criar novo modelo de política de segurança pública.

sexta-feira, 13 de março de 2009

O protagonismo juvenil*


*Maria Stella Santos Graciani


Se, de um lado, o movimento juvenil político perdeu força ao longo dos últimos anos no Brasil, os jovens começaram a marcar sua presença nos movimentos sociais populares, com a proposta de utilizar a sua capacidade de mobilização para fazer sua voz ser ouvida, exercer sua cidadania e ter direito de ter direitos, por meio de outras modalidades de participação.
Vamos entender a cidadania como aquela que possibilita condições de participação e construção de instrumentos de articulação entre projetos individuais e coletivos, influindo na mudança do tecido social através do acordo assumido de responsabilização pela luta de interesses de bem estar dentro da coletividade. Essa participação ocorrerá nos espaços comunitários, públicos e sociais em geral e é o ponto central para o desenvolvimento de qualquer ser humano, uma vez que é uma necessidade humana fundamental. Como cidadãos, os jovens devem ter acesso aos meios que lhes permitam exercer essa cidadania reivindicatória, que é base para diversas ações de protagonismo juvenil.
No campo da educação, o termo protagonismo juvenil designa a atuação do jovem como personagem principal de uma iniciativa, atividade ou projeto voltado para a solução de problemas reais.
Esse ativismo pró-ativo precisa ser democrático, capaz de contribuir para o desenvolvimento pessoal e social do jovem. É preciso um novo olhar pedagógico, aguçado para as diferentes manifestações juvenis em sua integralidade, possibilitando ao adolescente liberdade de sentir, pensar e agir, numa perspectiva de romper paradigmas e passar a entendê-lo como sujeito e não como passivo.
Neste sentido, o protagonismo juvenil, instrumentalizando-se de práticas de caráter coletivo, de trocas de experiências, da construção do conhecimento, desenvolve ações buscando o fortalecimento de uma rede que se organiza em torno de devolutivas comuns. Participar, para o adolescente, é envolver-se em processo de discussão, decisão, desenho e execução de ações, visando, por meio de seu envolvimento na solução dos problemas reais, a desenvolver seu potencial criativo e sua força transformadora.
Seria assim uma forma de educação para a cidadania, com a criação de acontecimentos onde o jovem ocupa uma posição de centralidade, onde assume sua própria vida, já é capaz de ter projetos, de eleger, julgar de modo positivo ou negativo fatos e acontecimentos, ter relações de cooperação, de consenso e reflexões sobre a existência. Essa consciência cidadã é adquirida na medida em que os envolvidos se sentem ouvidos, compreendidos, capazes de influir nas decisões que afetam seu entorno e sua vida cotidiana.
Acreditamos que todos os projetos de protagonismo são uma prova autêntica das potencialidades e da enorme energia dos jovens para desempenhar atividades sociais, culturais e políticas, não em benefício próprio, mas com alto grau de entrega e responsabilidade social. Os projetos também contribuem para a criação da consciência cidadã, uma vez que os envolvidos se sentem respeitados, reconhecidos e considerados como pessoas competentes, capazes de decidir sobre suas vidas. A maioria deles está disposta a lutar para transformar a sociedade frente à violência, à miséria, à fome, à pobreza, mudar as condições de trabalho ou emprego e reduzir a desigualdade social, a discriminação, o racismo, ou seja, a mudança social, econômica e cultural é prioritária.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Quando todos usam, todos ganham




O debate sobre como proteger ou liberar a propriedade de um conhecimento ainda está engatinhando mas nem por isso deixa de ser acirrada e explosiva. Enquanto não se chega a um denominador comum, para “taxar” a circulação do conhecimento, estamos diante de uma situação que ao mesmo tempo a indústria quer bloquear o acesso da informação livre também criam sofisticados aparelhos ou esquemas que permitem desbloquear. Um curioso paradoxo cujos criadores de conteúdos perdem, cada vez mais, a capacidade de recolher os direitos autorais sobre a reprodução de seus produtos intelectuais. Estamos diante de uma situação onde é investido milhões em produção de conhecimento, entretenimento ou outros bens simbólicos, como no caso de filmes e música, e a reprodução é fácil com custo insignificante. Ainda não há lei capaz de controlar essa dinâmica ou privatizar esta circulação de conhecimento. O copyright explicado por integrante da Wu Ming – editora que permite copyleft de seus livros - quando o copyright foi introduzido, há três séculos, não existia nenhuma possibilidade de cópia ou reprodução sem fins lucrativos, porque só um editor concorrente tinha acesso às máquinas tipográficas. Os leitores ficaram esperando o material ficar pronto para comprar ou simplesmente renunciar aos livros por falta de dinheiro. No entanto, o copyright não era percebido como anti-social, era a arma de um empresário contra o outro, não de um empresário contra o público. Hoje a situação está drasticamente mudada, o público tem acesso ao maquinário (computador, fotocopiadoras etc.) e o copyright é uma arma que dispara contra uma multidão na tentativa de defender a propriedade intelectual. Quando perguntado como se ganha dinheiro dessa forma, responde que a “lógica da ‘cópia pirateada = cópia não vendida’ de lógico não tem mesmo nada. É entendido que quanto mais uma obra circula, mais leitores a conhece e mais possibilidade vender. Quando o usuário baixa no site para somente ler ou imprime é porque gosta, então ele divulga para os amigos e quando resolve presentear alguém não vai fazê-lo com uma cópia de papel A4, compra na livraria, por isso “cópia pirata = cópia vendida”. De outro modo não se compreenderia como o nosso romance Q, disponível grátis há mais de anos, ter chegado à duodécima edição superado a marca de duzentas mil cópias vendidas. O site é
http://www.wumingfoundation.com/. Cabe uma reflexão no sentido de que não se pode privar nem o indivíduo e a comunidade nem os artistas e os autores intelectuais da obra de ver sua produção publicada na rede em formato digital. Para assegurar que isso aconteça são necessários mobilizações de todos os setores envolvidos, caso contrário, estaremos diante de um cenário de eterna pirataria. Por outro lado nem sempre é possível carregar uma obra intelectual em formato digital, quem tem digital precisa do material, pensando assim tem muito espaço para muita produção. Os mais entusiastas chegam a argumentar que estamos sob uma nova era de produção e consumo de informação na qual os grandes conglomerados da indústria cultural serão derrubados para que possa emergir uma forma comunitária e aberta de livre distribuição de conteúdo. Em outras palavras, capaz de provocar uma pane no sistema capitalista. Entretanto, antecedentes históricos mostram que a lógica e o pragmatismo capitalista sempre tiveram flexibilidade para adequar-se às novidades tecnológicas e tirar proveito das crises com assombrosa eficiência. Hoje os defensores da informação livre se valem da lógica que as idéias ou a origem do saber só são possíveis graças as relações adquiridas no convívio social no espaço público, na comunidade portanto o conhecimento tem que permanecer público. Ser livre é, ao mesmo tempo, não se sujeitar às necessidades da vida, nem ao comando de outro é também não comandar pela força ou pela repressão e impor bloqueios. Ser livre é possuir a palavra.


A rede que une. Espaços virtuais e construção da cidadania

Resolvi começar o texto justificando o motivo que adotei este título, “A rede que une”. Até pouco tempo atrás, e isso não tão distante assim, no máximo uns 10 anos, acredito que a maioria irá recordar da época em que para pesquisar qualquer assunto, que não tínhamos conhecimento ou acesso, íamos à biblioteca. Passávamos horas pesquisando livros enfileirados numa estante. Você faz isso hoje? A resposta pode ser sim ou não. Não quero dizer que a biblioteca não tem mais utilidade, tem sim. Depende muito da complexidade dos assuntos que precisamos. Mas tem muitos assuntos que encontramos através de uma busca rápida na rede, em sites, em blogs, e isso já resolve a nossa necessidade.
Quem ainda não recorreu ao Google para pesquisar que atire a primeira pedra. O Google é um buscador eficiente e veloz. Busca onde estão armazenadas as informações que pesquisamos. É como num fichário de biblioteca que informa em que estante e prateleira estão enfileirados os livros, no entanto, com a diferença da precisão e organização que só no mundo digital é possível. É uma tecnologia de busca livre, não tem proprietário e roda no sistema Linux, não precisa ficar limitado à compra de assinaturas ou de outros programas para ter acesso.
O que quero dizer é que a rede facilita postar todo e qualquer conhecimento que temos, unindo com outro conhecimento de alguém que também postou seu conhecimento. A rede permite a união de conhecimentos e isso sem precisar sair do lugar, ir à biblioteca, pesquisar em banco de dados de uma empresa de jornal ou revista, não tem limitação presencial.
Tudo isso é uma alteração na forma de trocar informações; novo costume e hábito. O texto que precisamos está no computador. A música que gostamos, e está no CD, podemos transformar e colocar na rede para outro usuário ouvir. É a era da cultura digital. A rede que une pessoas, povos, conhecimentos e outras culturas, também favorece o desenvolvimento das comunidades e das pessoas.
Vale lembrar um pouco daquele modelo baseado na lógica de cliente-servidor, um publica o outro armazena as informações e o outro faz download. As possibilidades, a partir dessa lógica, são ilimitadas. É uma revolução nos hábitos e costumes porque permite que usuários entrem em contato uns com outros, compartilhem informações sem nenhum bloqueio ou autorização.
As redes são caracterizadas pelo potencial de conectar e unir indivíduos, instituições, países. São multidões emaranhadas na teia do espaço virtual, apropriando-se das tecnologias para ampliar saber, linguagem e expressão. Possibilita novas formas de ser e pensar. São as culturas interagindo.
Novas mídias associadas as novas tecnologias fazem deste momento histórico em transformação a era das trocas simbólicas e da reprodução. Alcançam todas as classes sociais, todas as idades mais precisamente a juventude.
Gente que tem a capacidade de desmontar, mexer, remexer, cutucar, colocar novas cores e novos formatos. Alterar tudo pela simples capacidade de se ver ali sujeito da transformação e espelhado naquela mudança, naquela forma de ser de escrever, naquela música remixada. É transformar, mostrar e distribuir sem limites.
É o movimento do dedo para logar, ver um profile na rede social. Apertar o ctrl c + ctrl v, para colar e copiar um texto. Postar comentário em algum blog. Dialogar on line no Messenger. Sem esquecer o alt+ tab da janela da liberdade.
São esses usuários que alimentam a rede, que colaboram com esta lógica com grandes quantidades de informações que circulam a cada dia.

A voz para a cidadania

A rede digital hoje representa a voz para àqueles que não tem voz; as minorias e uma gama de tantos oprimidos pelo sistema. Representa para organizações e movimentos sociais o megafone, o grito da opressão, o grito contra o silêncio dos meios de comunicação de massa ou local. Representa também a liberdade de expressão, a denúncia às perseguições de toda espécie. A rede ao mesmo tempo em que é a mediação de conflitos é a luta por justiça social. Significa direcionar e apertar o dedo para sensibilizar multidões e mostrar modelos e exemplos de ações de referência e que podem ser multiplicados.
Se de um lado temos a luta pela apropriação e os usos destas tecnologias por outro ainda há controles dos fluxos de informação e isso mostra que as questões são tão políticas como sociais.
O que já está em fluxo é a disputa em torno das aplicações tecnológicas e de seu futuro. As tecnologias da informação podem; diminuir as desigualdades, combater a exclusão? Tudo isso são questões que não encerram por aqui.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Redes. Redes e teias

As redes

A rede não é uma palavra que apareceu agora porque não está somente relacionado às tecnologias das informações. A rede serve para designar tudo o que liga, entrelaça um ponto à outro, em grande medida, tem a facilidade de encurtar as distâncias de áreas geograficamente extensas. Permite o fluxo de informações, portanto, o uso não é de agora a primeira idéia de rede vem das redes ferroviárias considera a mais antiga e eficiente forma de organização em rede que se tem notícia. A arquitetura em rede foi adotada para redes de rodovia, de esgoto, rede elétrica, rede de telefonia e rede de computadores. Hoje vimos que o termo também foi adotado por conglomerados das corporações e define que estão ligadas uma com as outras, como rede de hotéis, rede de indústrias, rede de escolas, entre outras.
Na rede das tecnologias da informação significa que potencial da rede é de alcance mundial são sistemas de troca de informações ligados na internet. Baseia-se no princípio de que diversos computadores, chamadas de clientes, conectam-se a uma determinada máquina, chamada de servidor que tem a finalidade de receber informações e enviar dados, enfim, possibilitar que toda a informação armazenada ali, naquele servidor, seja distribuída.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A cultura digital. Fruto da revolução tecnológica


Em sua forma mais simplista a cultura já remete à idéia do modo com nós, indivíduos, vivemos em comunidade e coletivamente.
Podemos dizer que a cultura em sua forma material é o modo como nos relacionamos, do que nos alimentamos, o que vestimos, da forma que recebemos nossa educação, as músicas que gostamos de ouvir, as nossas crenças, as escolhas que fazemos para agregar aos nossos costumes que vão fazer parte daquele nosso universo delimitado.
No entanto na cultura digital o indivíduo transita livremente numa comunidade virtual sem fronteira e o coletivo é universal. A cultura se desenvolve de modo digital e permite, de forma veloz, fácil e barato, a troca simultânea de informações. Então podemos duvidar. Como um simples ato de trocar informações por rede pode ser chamada de cultura? Se pararmos para analisar que a troca de informação e conteúdo seja ele a música, o texto, o poema, o clipe, o jogo, a receita de bolo, que modelito usar na balada é fruto de nossas escolhas, então é cultura. É digital porque não é um material que pegamos na mão, não é configurado geograficamente é composta pela junção de computadores, telecomunicações, programas e bando de dados, o indivíduo é bits com a projeção da realidade que só existe virtualmente. Todas as trocas acontecem no universo virtual e a partir dessa possibilidade vamos ampliando nossa cultura. Entramos em museus, reproduzidos pela rede, da França, Alemanha e Cairo, conhecemos suas obras como se estivéssemos caminhando naqueles corredores. Uma cultura sem fronteiras, sem limites e universal. A cultura digital se caracteriza pela transformação através da reprodução da cultura material. A cultura da contemporaneidade baseado na reprodução para trocar.
A cultura do universal sem limites e fronteiras é sinônimo das potencialidades permitidas no conceito da cultura digital. É também uma revolução de hábitos e costumes devido a um novo conjunto de premissas técnicas, que possibilitam colocar usuários em contato diretamente uns com os outros, cujas novas tecnologias da informação estão ligando o mundo através de uma teia mediada por redes que se comunicam, trocam informações e conteúdos. Derrubam barreiras, até então, impostas pela distância ou por protocolos de propriedades.
A cultura no ambiente digital é movida por modificação, alteração, onde o sujeito, a seu critério, pode adicionar e retirar conteúdos. Não é estática é uma via de mão dupla, dispara e recebe informações, dispara e recebe conteúdo, interage no ambiente virtual, criando laços e cumplicidades universais.
A cibercultura ou cultura digital é um terno que nasceu com a revolução digital ou revolução tecnológica ocorrida nos últimos vinte anos gerada, em grande medida, com surgimento de um novo paradigma representado pela difusão da internet que permitiu o avanço das novas tecnologias da informação. A priori a idéia da estrutura cliente-servidor-cliente, baseia-se no princípio de que diversos computadores, chamadas de clientes, conectam-se a uma determinada máquina, chamada de servidor que tem a finalidade de receber informações e enviar dados, enfim, possibilitar que toda a informação armazenada ali, naquele servidor, seja distribuída.
A cibercultura, embora seja um conceito contemporâneo e em transformação e que já faz parte do nosso dia-a-dia e do nosso universo, mesmo que de forma invisível, nos remete para uma ruptura com antigos paradigmas e ao tentar fazê-lo nos coloca em estado de inquietação, estado que advém das incertezas e dúvidas do romper com o conhecido e o tradicional. Será que é confiável? O conteúdo é seguro? As informações são verdadeiras? Você ou seus pais certamente tem insegurança ao pensar em fazer qualquer tipo de operação financeira pela internet, pagar contas, transferir valores, etc. Não? É melhor fazer isso no caixa do banco, enfrentar filas e a demora do atendimento? A insegurança, muita vezes, nos leva a não romper com antigos paradigmas e ficar com o modelo tradicional. Pare para pensar e perceba que tirar dinheiro no caixa eletrônico, pagar as compras com cartão de crédito ou débito automático só é possível graças a rede.
Se formos fazer uma retrospectiva histórica, outros processos de mudança cultural também sofreram com a dúvida e o desprezo ao emergir ou quando foram popularizados. Foi assim como a televisão, o cinema em detrimento do teatro e os computadores em detrimento do homem pela robótica. Hoje testemunhamos que nada disso aconteceu e o salto em qualidade que representa esses bens simbólicos na nossa existência.
Vale lembrar que a cibercultura é a abertura para um novo espaço para a comunicação e cabe a nós usuários explorarmos todas as suas potencialidades. No Brasil as previsões sobre as potencialidades das comunidades virtuais as trocas de informações e a adesão as redes sociais não foram atingidas ainda em sua plenitude, até porque o povo brasileiro tradicionalmente é desconfiado, mas tem chamado a atenção pela força que representa o uso da internet que ultrapassou todas as expectativas, tanto isso é fato que grandes provedores de conteúdo e de troca de informações não foram criados em solo brasileiro mas, com vistas a atingir e satisfazer um número cada vez maior de usuários, traduzidos para a língua portuguesa.
A informação e o conhecimento quando trocados crescem na mesma extensão com que são compartilhados, pois multiplicam-se, com base na idéia de que o conhecimento não apaga e não se perde no caminho. Ele transforma.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A cri$e e a mídia

Opinião pública. O que é?

Outro dia, em sala de aula, quando falava sobre agenda setting e seu efeito na opinião pública.
O conceito de agenda setting está postado logo abaixo. Um aluno levantou o braço e perguntou. O que é opinião pública? Resolvi responder por um conceito mais simples para não alongar. Discutir opinião pública não era o caráter da aula. Então respondi, opinião pública é a opinião do conjunto de pessoas sobre determinado assunto. A resposta satisfez, mas conceituar opinião pública não é tão simples assim. Envolve variados contextos e entender opinião pública é entrar em uma seara repleta de confusões e mal entendidos.
O conceito tem aplicação histórica, remonta os tempos da antiguidade onde é associado ao controle social e ao consenso social entre governo e sociedade. Em Política de Aristóteles há passagem, grosso modo, quando sita que é na opinião considerável do povo que o governo tem a capacidade de se rever. Até a idade média e o renascimento a idéia e o conceito de opinião pública, talvez por influência de Aristóteles também em outros filósofos, ao longo do período, esteve atrelada as relações do governo com o povo.
O conceito ganha outros contornos com o advento da imprensa e agora com as tecnologias da informação. Embora, ainda hoje, muitos estudiosos afirmam que é impossível chancelar um conceito que satisfaça plenamente a compreensão do que é opinião pública a não ser de forma sublinhada.
Como quer Rabaça: Agregado de opiniões predominantes em uma comunidade. Juízo de valor (subjetivo) advém de uma situação objetiva (um fato concreto) e se manifesta objetivamente. A opinião pública manifesta-se e modifica-se coletivamente sem ser necessariamente condicionada pela aproximação física dos indivíduos, e não implica o conhecimento do assunto sobre o qual se opina. Nela interferem fatores psicológicos, sociológicos e históricos.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A crise dos grandes jornais

A informação postada, logo abaixo, foi debatida durante o FSM por um grupo de pensadores que debatem e escrevem sobre a situação e atuação da nossa mídia contemporânea. O texto foi escrita por meu professor Bernardo Kucinski. Reproduzirei na íntegra.

A crise dos grandes jornais
Mais empresas e grupos midiáticos devem fechar jornais nos próximos meses. O novo príncipe, como Octavio Ianni definiu o poder midiáticos dos nossos tempos, está em crise existencial.

De repente, não mais que de repente, grandes jornais do mundo Ocidental entraram em crise financeira aguda. Entre eles o New York Times, ícone do capitalismo Ocidental, o El Pais, símbolo do novo expansionismo ibérico, o poderosos Chicago Tribune e o veterano Christian Science Monitor. Estão sem caixa. Alguns, venderam seus prédios, outros buscam injeções de capital, redações foram reduzidas à metade. O Christian Science Monitor deixou de vez a forma impressa, ficando só na internet.. Será o começo do fim da era dos grandes jornais?Ignácio Ramonet apontou ,no Fórum de Mídia Livre desta segunda feira, para a estreita relação, quase que orgânica, entre o capital financeiro e os grande grupos de mídia. É como os bancos fornecessem o combustível dos conglomerados midiáticos. Quando advém ao estrangulamento do crédito, principal mecanismo desta crise depois do colapso dos grandes bancos americanos e alguns europeus, precipita-se uma situação de insolvência que já vinha tomando forma desde que a internet começou a comandar a dinâmica do jornalismo. Para Ramonet , o aprofundamento e o espalhamento da recessão econômica, etapa seguinte desta crise, afeta profundamente o modo de produção da grande mídia, principalmente ao reduzir sua principal fonte de financiamento, a publicidade. São três pauladas sucessivas na grande mídia impressa. Primeira paulada: o esvaziamento de suas funções pela internet, processo de natureza estrutural que deverá se aprofundar . Segunda paulada: o estrangulamento do crédito, fator apenas temporário mas que precipitou decisões radicais, algumas irreversíveis.Terceira paulada:a queda das receitas publicitários, que está apenas no começo , devendo perdurar pelo tempo das grandes recessões, em geral três a cinco anos. Os grandes jornais já vinham sofrendo há muito tempo a erosão de suas funções editoriais principais, apontaram nessa mesma sessão do Fórum os jornalistas Pascual Serrano do site Rebellion, e Luiz Navarro, do La Jornada. Na invasão do Iraque, por exemplo, a grande mídia americana tornou-se uma disseminadora de mentiras geradas pelo governo. Com isso, negou sua função jornalística principal de asseverar verdades.Também perdeu sua função mediadora, na medida em que abandou a mediação dos grandes problemas que efetivamente interessam à população. E mais; perdeu legitimidade, perdeu autenticidade. Conclusão: mais empresas e grupos midiáticos devem fechar jornais nos próximos meses. O novo príncipe, como Octavio Ianni definiu o poder midiáticos dos nossos tempos, está em crise existencial.Bom para a democracia? Talvez não. Ruim com os grandes jornais, pior sem eles. A democracia de massa precisa de meios de comunicação de massa para funções de mediação e agendamento do debate nacional e mundial, que a mídia pequena ou alternativa não tem escala para exercer.O que interessa à democracia é que esse espaço, o da comunicação de massa seja habitado por uma mídia mais plural, mais comprometida com os valores humanos e menos com os ditames do capitalismo. Vários participantes desse debate apontaram para a necessidade do campo popular disputar a hegemonia da grande imprensa, com projetos de mesmo porte.Também foram cobradas políticas publicas mais audazes de democratização do espaço midiático por parte dos novos governos da América do Sul. E mais empenho das entidades mais poderosas da sociedade civil na ocupação desse espaço. A hora é agora, quando a crise jogou os tycoons da comunicação na defensiva, e as novas tecnologias favorecem o pluralismo no espectro eletromagnético e barateiam a produção dos meios impressos.

Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, é colaborador da Carta Maior e autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Mídia, violência versus Segurança Pública. Mediação de conflitos!

Material usado para ministrar um workshop para a segunda turma de pós-graduação do curso de Políticas de Gestão de Segurança Pública da PUC/SP dia 13 de fevereiro de 2009.

INTRODUÇÃO

A partir de que período os veículos de comunicação se interessaram por assuntos relacionados com violência? Pergunta que eu trouxe para iniciar a apresentação e debater aqui.

Até os anos 80 havia uma idéia, difundida pelos meios de comunicação. Atribuía, ao criminoso função nobre, política e romanceada dos seus atos. A idéia do bom bandido, herói do seu povo, vingador da sua classe, da honra sempre foi idealizado em grande medida no cinema e na televisão. O malandro, o Robin Wood, o Zorro, o Cangaceiro, o Mártir. Essa faceta, em boa medida, foi reproduzida nos jornais.
Fui pesquisar, para apresentar nesta oficina, como isso se deu na Folha da Noite, Folha da Manhã e finalmente Folha de São Paulo constatei que até os anos 70, portanto aproximadamente 50 anos do veículo, as informações de cunho violento retratavam revolta de grupos políticos, assassinatos, alguns assaltos às propriedades de empresários e políticos, ação de movimentos subversivos, relatos de guerras pelo mundo afora, morte de líderes religiosos ou políticos. A violência do cotidiano como é hoje não existia ao menos nos noticiários.
A partir dos anos 70 até meados de 80 as informações prisão política, seqüestro provocados por movimentos organizados. Após o desse período pós-ditadura as cenas e fatos sobre violência começa a ocupar mais espaços na mídia cenas do cotidiano começa a ganhar forma e força na programação. Grande marco do sensacionalismo e um divisor de águas, na televisão brasileira, foram as cenas dos edifícios Andraus e Joelma em chamas que chocaram a opinião pública com imagens de pessoas se jogando do prédio.

Foi na década de 60 que as grandes empresas de comunicação lançam editoriais destinados aos assuntos do cotidiano, policiais e violência, ou criaram produtos específicos para atingir a classe mais baixa da população. Foi nessa época que
surgiu o NP.
O jornal Notícias Populares, o pioneiro em matéria de veículo destina ao sensacionalismo. O jornal tinha como sua espinha dorsal o tripé sexo, bizarrice e violência. Sob essa lógica de trabalho eram pautadas as matérias e as fotos. Os profissionais atuantes, editores, repórteres e fotógrafos conheciam como ninguém o mundo cão das ruas e esse exercício pela procura do mórbido era diário. Lançado em 15 de outubro de 1963, com o slogan “nada mais que a verdade”. Caracterizada por notícias e fotos manchetadas e linguagem popular.
“A população, assombrada com tanta violência, procura nas páginas do NP e nas fotos do veículo uma fuga do real. A transcendência da verdade. Da realidade do bairro, da violência das ruas, de sua própria enfermidade. O que o individuo procura na fotografia do NP é justamente uma realidade pior que a sua própria realidade, num desejo desesperado de encontrar motivos para continuar fazendo sua vida valer a pena, fazer o seu cotidiano, apesar de intragável, prosseguir”

Rádio – Programa Sensacionalista
Modelo copiado posteriormente na televisão, o programa Gil Gomes cujo jargão do apresentador “Gil Gomes lhes diz” virou líder de audiência para as rádios

Televisão Aqui e Agora
Especulações de que o NP perdeu espaço para o programa Aqui e Agora e foi o responsável pelo fechamento do veículo. O Aqui e Agora líder absoluto de audiência nos anos 90 foi ícone dos fracos e oprimidos e o terror de comerciantes, funcionários públicos, diretores de hospitais. O programa consagrou apresentadores como Celso Russomano, Cesar Tralli, Silvia Garcia entre outros. Ameaçar falar “vou chamar o Aqui e Agora” tinha mais força que poder da polícia e da lei.
Dos anos 80 em diante a violência vira espetáculo na mídia. Fiz uma pesquisa realizada em 58 edições do Jornal O Estado de São Paulo durante todo o ano 2003 (de jan a dez) revelou que em 32 haviam informações de violência contra 6 de educação. A pesquisa foi destinada ao município de SP.

SUPOSTAS CAUSAS DA EXPLOSÃO DO TEMA NA MÍDIA

1-Período pós-ditadura com o milagre econômico. 2-Liberdade de expressão da mídia. 3- Onde tudo poder ser dito e visto. 4- Nos últimos 60 anos, que é a idade da televisão brasileira, a informação sobre violência vem acompanhando o ritmo das transformações tecnológicas, políticas, sociais, culturais e econômicas. 5- O advento das novas tecnologias na indústria do entretenimento e a modernização dos parques gráficos. 6- Crescimento do mercado publicitário busca incansável por aumento de audiência. 7- Aumento das desigualdades. 8- Tráfego de armas e drogas. 9- E o próprio interesse do expectador por assuntos sensacionalistas carregado de fotos.

ALGUNS CONCEITOS
Conceitos que podem justificar as razões da mídia introduzir assuntos de violência ou sensacionalistas.

Imprensa e poder
Há mais de um século, o conflito entre a imprensa e o poder é uma questão da atualidade. Por muito tempo a imprensa foi classificada como o quarto poder, em oposição aos outros três: executivo, legislativo e judiciário. Seguindo a classificação tripartite de Montesquieu. E cuja principal missão cívica seria vigiar e denunciar a ação dos outros três. Podemos ainda qualificá-la desse modo?
Segundo Ignácio Ramonet, em seu livro a Tirania da Comunicação. Ainda que a imprensa funcionasse como o quarto poder seria necessário que os três outros existissem de fato e que a hierarquia que os dispõe na classificação de Montesquieu fosse sempre válida, para ele na verdade o primeiro poder é hoje exercido pela economia. O segundo (cuja a imbricação com o primeiro se mostra muito forte) é certamente o midiático – instrumento de influência, de ação e de decisão incontestável – de modo que o poder político só vem em terceiro lugar.

O poder simbólico
O poder simbólico é uma teoria defendida por Pierre Bourdieu que classifica o efeito e as consquências de um poder invisível que só é possível a existência com a cumplicidade da “vítima”. Sabe da existência mas não a reconhece ou não a aceita. Segundo Bourdieu, o Poder Simbólico está por toda a parte, irreconhecível, transformado e legitimado por outras formas de poder. É a capacidade de reconstruir a realidade que tende a estabelecer uma ordem imediata doas coisas. Supõe um conformismo do outro. É o encontro da reprodução social com a integração moral.
Como exemplo. As telenovelas sempre faz isso quando apresenta a face dos problemas sociais como um interesse universal mas há interesses particulares,. Quando aborda a violência doméstica, gênero, raça, desigualdades sociais e abusos diversos. Será que ela quer conscientizar ou serve para dar legimidade as diferenças? Difenças de classe e de raça? Weber chama a “domesticação dos dominados” o poder de impor ou mesmo inculcar instrumentos de conhecimento. Quem contribui para esse efeito? Campos como o político, o juridico, o acadêmico e a reprodução da mídia.
Outros simbolismos que podem ser refletidos. O quão simbólico é a queda do muro de Berlim A eleição do Barack Obama.

Violência do imaginário
Para Maria Rita Kelh é a mais grave, pois trata-se, grosso modo, da violência causada pelo excesso de exposição de imagens de violência nos meios de comunicação com a capacidade de transformar o outro em ser incapaz de se sensibilizar com o tema. A violência vira informação comum e é transportada para o dia-a-dia como ação normal.
Análise de pesquisa realizada no final dos anos 90 responsabiliza a mídia como responsável pela produção da violência. Uma relação de causa e efeito com o comportamento de pessoas que se expõe a uma programação predominante violenta. Acaba que o outro acha que a violência é algo normal, aceitável e não sofre mais nenhuma emoção ou sensibilidade a ela, não causa mais horror.
O excesso de imagens violenta também dispensa o uso do pensamento que vem pronto com o fluxo de imagens. No seu estudo sobre a condição humana Hannah Arendt acredita e defende a violência do imaginário como a ausência de reflexão.
Podemos então supor que a mídia fortalece a violência e a manutenção do “status quo”? Ou será que há mesmo aquele pensamento afirmativo. Se a mídia mostra tanto, fala tanto tem que ser assim, não há remédio!!! Onde tudo pode ser visto e dito, pode ser feito!

“Imagens, milhões de imagens, eis o que eu devoro... Já procurou abandonar esse vício com morfina?” Esta frase foi dita por William Burroughs, pintor, escritor e crítico social.

Espetacularização da cobertura e da informação: O espetáculo que gera lucro, gera audiência.
Para Guy Debord espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a uma vida humana, isto é, como a negação visível da vida. Como uma negação da vida que se tornou visível. No espetáculo o que fica entendido e nada mais diz senão que: o que aparece é bom, o que é bom aparece. Pode vir revestidos de vários formatos em imagens produzidas. A realidade vivida é materialmente invadida pela contemplação do espetáculo e retoma em si própria a ordem espetacular dando-lhe uma adesão positiva.
O que o espetáculo sugere ou imprime é a alienação dos espectadores em proveito do objeto contemplado. Quanto mais se contempla menos ouve e menos compreende a própria existência e o próprio desejo e necessidade. Não é um tanto narcisista esse conceito?

Hipótese do Agenda Setting Estuda os efeitos que alguns assuntos tem na opinião pública. E se a opinião não é uma reprodução daquilo que a própria mídia quer ou impõe. O poder de agendar e a capacidade de deixar os temas por determinado tempo em evidência para incutir ou influenciar na opinião.
O público sabe ou ignora, presta atenção ou descarta, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas tem tendencias a incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que a mídia inclui ou exclui do seu conteúdo.
Além disso para a hipótese da Agenda Setting o público tende a atribuir importância ao tema do tamanho que é definido pela mídia. Os temas ganham destaque e viram notícias de acordo com os interesses da mídia.
Podemos citar exemplos? Quais? A discussão sobre redução da jornada de trabalho redução com redução de salário ou demissão. Não é estranho que o assunto venha a tona agora em janeiro. O que este tema faz com a cabeça dos trabalhadores e da opinião pública em geral? Que pano de fundo há nisso?
Na hipótese do Agenda setting é a midia a mediadora de alguns interesses “ocultos” e faz submergir temas que é necessário discutir, mas a opinião está dada. Preste atenção na agenda da mídia! Será que a mídia tem reproduzido o retrato fiel do trabalho as instituições policiais?

Gatekeeper (os guardiões do portão – o selecionador) A hipótese da teoria do filtro. Conjuntos de força ou critérios que opera para filtrar uma informação para virar notícia. Pessoa (profissional jornalista) ou grupo que tem a capacidade e o poder de decidir, se deixa uma informação passar ou se a bloqueia. Não há parcialidade, a predominância é interesse empresarial e a politica editorial do veículo, como um negócio e o olhar do profissional que julga de acordo com seus interesses profissionais. Imprime seus próprios valores que resulta na parcialidade e na manipulação da informação em conjunto com a rede de fontes que possuem.
“César tinha suas legiões e Napoleão tinha o seu exército. Eu tenho minhas divisões: TV, jornais, revistas e a meia noite de hoje estarei influenciando o maior número de pessoas que alguém jamais conseguiu, a não ser Deus. E o máximo que ele fez foi o sermão da montanha”. Fala do personagem Elliot Carver – Megaempresário das telecomunicações no filme 007 – O amanhã nunca morre

Newsmaking Teoria da noticiabilidade das informações. É uma sequência do gatekepper. Mas avalia propriamente a informação e o valor que ela tem para virar notícia dentro de alguns cretérios. Determina o conjunto de caracteristicas que o acontecimento deve possuir (o estatuto da notícia) 1 – Deve se avaliar a possibilidade do fato ser reconhecido como acontecimento notável. 2 - Deve ser definidos formas de relatar os acontecimentos sem a pretensão do tratamento pessoal. Mas são os profissionais da mídia que determinam a noticiabilidade da informação. Tem a capacidade de dar valor a informação de acordo com seus interesses, envolve o impacto e a audiência. A escolha das fontes.
Incide no Mimetismo (imitar) É aquela febre que se apodera ou ataca repentinamente a mídia para cobrir um acontecimento qualquer que seja sob o pretexto de que outros meios de comunicação irão cobrir e lhe atribui uma grande importância. O efeito provoca uma bola de neve pois quanto mais se falam de um assunto mais indispensável a sua cobertura se transforma. Consagrando-lhe mais tempo, mais recursos e mais jornalista.

Exemplo que serve para os três
Chega na empresa de comunicação a informação, de fonte segura, que há um princípio de rebelião num presídio da capital. O Gatekeeper (selecionador). Diz, opa e manda uma equipe para lá! No newsmaker é avaliado a noticiabilidade que cabe na informação. Rebelião é segundo o conceito de Maria Rita Kehl, comum, não causa mais tanta sensibilização não comove. É a violência do imaginário. Mas descobrir que a rebelião é a revolta dos detentos motivada por uma regalia concedida ao chefe do PCC, um induto ou o excesso de visita intima que recebe. A newsmaker – noticiabilidade passa a ser o motivo que gerou a rebelião. O mimetismo é um outro veículo que também estava no acontecimento ir nessa mesma linha depois de saber disso através do concorrente

Importância da Comunicação
Embora ninguém nega a indispensável função da comunicação de massa numa democracia, a informação continua sendo essencial ao bom andamento da sociedade. Sabe-se que não há democracia possível sem uma boa rede de comunicação e sem o máximo de informação livre. É graças a informação e ao conhecimento que o ser humano vive como um ser livre.
Deve ou não informar. Sim! Temos que continuar sendo as fontes para os meios de comunicação. Mesmo numa época de mídia tendenciosa e editorializada, comprometido com anunciantes ou com forças políticas onde não há imparcialidade. A importância de usar das mídias sociais para promover um debate e interação. Onde há o poder da participação de pessoas comuns no processo e produção da informação não são empresas, nem marca via; blogs, orkut. wiki, you tube, podcast, entre outros.

Saiu a consolidação anual feita pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) e os jornais brasileiros encerraram o ano de 2008 com uma circulação 5% maior daquela registrada em 2007. A novidade, no entanto, é a confirmação do enorme crescimento dos jornais populares entre os 10 jornais de maior circulação no Brasil, quatro são populares e um é um jornal de notícias esportivas. E entre os cinco primeiros, três são populares. A circulação média diária dos três principais jornais populares – Super Notícia, Meia Hora e Extra –, de 738.377 exemplares, já é quase igual à dos chamados jornais "nacionais“ Folha de S.Paulo, O Globo e Estado de S.Paulo: 812.746 mil exemplares. Fonte IVC.

Audiência segundo o IBOPE
Universos: 5.728.442 domicílios e 17.701.760 indivíduos. Um ponto de audiência corresponde a 1% destes respectivos universos. Fonte IBOPE.

Por fim
Este grupo, como multiplicadores de opinião, tem que tentar intervir de alguma forma nas informações distorcidas. Postar comentários nas midias sociais. Produzir seus próprios de meios de comunicação e informação através de veículos dirigidos e próprios.
Usar sempre a mídias alternativas para informar é o caminho.
Que mídia temos e que mídia queremos é tema de diversos fóruns de debate. Democratização dos meios de comunicação é uma realidade? Que obrigação ou responsabilidade a mídia tem de atender nossos anseios? São reflexões para um próximo encontro.

Bibliografia utilizada:
Inácio Ramonet: Tirania da Comunicação – Mauro Wolf: Teorias da Comunicação – Pierre Bourdieu: Poder Simbólico – Maria Rita Kehl Texto: retirado do livro: A TV aos ro. Criticando a televisão brasileira no seu cinquentenário – Guy Debord: A sociedade do Espetáculo – Hannah Arendt: Condição Humana