que na natureza existam homens que comandam e outros que obedeçam. Existem entre os homens aqueles, que são mais inferiores que outros. Os inferiores estão destinados a serem dominados tanto na benevolência como através da força. O emprego da força traduz a violência. Deste entendimento entre a soma do homem, família e Estado, conjuga-se o poder político maior centrado no Estado o que Aristóteles sublinha como “...partes componentes de um Estado...” o poderio político
é de importância relevante para a história, em contraponto com a relação do poderio econômico que é especifico e secundário, embora a economia, nos estudos da filosofia antiga seja pouco aprofundado, podem-se extrair alguns elementos da política sob o olhar aristotélico.
O termo economia encontrou sua primeira guarida no sentido de administração do lar, ainda na antiguidade, baseado na compreensão que Aristóteles trazia da economia doméstica e na divisão de família, constituída por três grupos; o senhor e o servo, o marido e a mulher, os pais e os filhos. Cabe ressaltar que nesses três grupos há a figura representada pelo senhor, pelo marido e o pai que é a mesma pessoa, visto que ele circula pelos três grupos. E também acumula a administração do lar e a competência para acumular riquezas.
É perceptível, já em Aristóteles, a diferenciação de classes entre o senhor e o servo. O servo não é um homem livre é um escravo propriedade do senhor. Assim como outras propriedades ou bens que serviam para a manutenção da família, cuja competência em conseguir é do senhor e faz parte da economia acumular bens para a sobrevivência da família, gestão e controle do lar. “Haverá alguém para quem seja justo e lucrativo ser escravo? [...] A autoridade e a obediência não constituem coisas necessárias, apenas, mas são coisas úteis“[2]. O homem é uma mercadoria, uma moeda de troca, sem ele não haveria a riqueza de outro homem.
A escravidão, na antiguidade, fazia parte da lei dos homens e, mesmo para Aristóteles, impunha uma diferença injusta onde a violência a produzia. A escravidão era um ato de violência legitimado pela lei que caracterizava a dominação. A força do poder político do senhor era fortalecido pela quantidade de bens adquiridos para e pelo senhor. Os servos contribuíam para o aumento da economia do senhor, uma vez que a economia, grosso modo, resumia na aquisição de bens para o aumento do agrupamento político familiar e portanto o Estado, com este sentido o homem escravo-servo é uma objeto, uma mercadoria pertencente ao senhor, a priori, representa quanto maior a quantidade de objetos em seus domínios maior o poder econômico e político do senhor. Concretizando, ainda mais, o aumento da dependência econômica, onde brotou toda a construção da propriedade privada conquistada pela força e dominação dos homens pelos homens. Os servos não tinham propriedade, sobreviviam das dependências do senhor. Eram duplamente sujeitos da multiplicação da riqueza do senhor, por serem propriedade do senhor, fontes de renda e agentes atuantes a serviço do senhor.
1 ARISTÓTELES, Política, São Paulo, SP Editora Martin Claret, 2003, p.14, 15
2 ARISTÓTELES, Política, São Paulo, SP Editora Martin Claret, 2003, p 17.
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