O que é um blog? a blogosfera é o futuro da comunicação?

Definição:
Explicando para aqueles que acreditam que para um bom entendedor meia palavra basta. Blog é uma forma de expressão com liberdade, sem restrição e censuras. Sem ninguém para corrigir ou editar seu texto. É um diário aberto onde suas idéias e anotações, lembretes e fotos tornam-se públicas e permite que outros comentem pois é um livro virtual e aberto. Hoje o blog é uma febre, um vírus que vicia e contamina ou um incubador de vírus. Embora ainda caminhando à passos lentos, é uma ferramenta utilizada por profissionais de comunicação como meio de informação institucional e para divulgar produtos e ou serviços devido ao fato de permitir uma maior interação com o consumidor. Num conceito puramente teórico, blog compõe a chamada mídia social responsável pela disseminação de conteúdos na rede considerada de mão dupla, onde o leitor participa do processo comunicacioanal de forma ativa. Deixa de ser mero receptor passivo de informação. Outra característica das redes sociais é o uso de linguagem dotada de informalidade e criatividade, mesmo assim há muitos blogs com excelente conteúdo de informação afinal tem muita vida inteligente na rede.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Somos um produto, uma mercadoria*

É objeto da minha dissertação um capitulo inteiro no qual defendo que o homem é uma mercadoria. Defendi assim com base nas leituras teórica do filósofo Aristóteles, completamente conceitual. O estudo serve para mostrar que já naquele período o homem era objeto de troca, uma moeda no fim um produto. Resolvi dividir o texto porque tive que escrever uma proposta comercial para um trabalho de marketing e após ler o briefing do cliente resolvi colocar na proposta uma introdução onde afirmo que todos, seja pessoa física ou jurídica somos um produto. Ficamos full time expostos numa “prateleira” stand by sendo analisados e observados para que o nosso “consumidor” nos escolha, aceite e ou recomende. Impossível ser invisível. Além disso, somos fatiados em subprodutos para cada segmento da vida, seja no campo profissional ou pessoal. A primeira parte do texto diz o seguinte. Na lógica de Aristóteles[1](384-322 a.C) .“..o homem é um ser político por natureza...” e toda política é um agrupamento de indivíduos, bastam dois para se confirmar a existência da política. Nenhum homem é sozinho e a origem da política foi percebida já nas comunidades primitivas. Basta um agrupamento para que já tenha um Estado e os agrupamentos familiares constituem-se no Estado mais antigos na história, “...na ordem natural, o Estado, antepõe-se à família e a cada indivíduo, visto que, o todo deve, obrigatoriamente ser posto antes da parte...” , dessa forma entende-se que o Estado é maior que uma família e o indivíduo, é uma hierarquia legitima. Ainda na concepção aristotélica, faz parte da condição humana
que na natureza existam homens que comandam e outros que obedeçam. Existem entre os homens aqueles, que são mais inferiores que outros. Os inferiores estão destinados a serem dominados tanto na benevolência como através da força. O emprego da força traduz a violência. Deste entendimento entre a soma do homem, família e Estado, conjuga-se o poder político maior centrado no Estado o que Aristóteles sublinha como “...partes componentes de um Estado...” o poderio político
é de importância relevante para a história, em contraponto com a relação do poderio econômico que é especifico e secundário, embora a economia, nos estudos da filosofia antiga seja pouco aprofundado, podem-se extrair alguns elementos da política sob o olhar aristotélico.
O termo economia encontrou sua primeira guarida no sentido de administração do lar, ainda na antiguidade, baseado na compreensão que Aristóteles trazia da economia doméstica e na divisão de família, constituída por três grupos; o senhor e o servo, o marido e a mulher, os pais e os filhos. Cabe ressaltar que nesses três grupos há a figura representada pelo senhor, pelo marido e o pai que é a mesma pessoa, visto que ele circula pelos três grupos. E também acumula a administração do lar e a competência para acumular riquezas.
É perceptível, já em Aristóteles, a diferenciação de classes entre o senhor e o servo. O servo não é um homem livre é um escravo propriedade do senhor. Assim como outras propriedades ou bens que serviam para a manutenção da família, cuja competência em conseguir é do senhor e faz parte da economia acumular bens para a sobrevivência da família, gestão e controle do lar. “Haverá alguém para quem seja justo e lucrativo ser escravo? [...] A autoridade e a obediência não constituem coisas necessárias, apenas, mas são coisas úteis“
[2]. O homem é uma mercadoria, uma moeda de troca, sem ele não haveria a riqueza de outro homem.
A escravidão, na antiguidade, fazia parte da lei dos homens e, mesmo para Aristóteles, impunha uma diferença injusta onde a violência a produzia. A escravidão era um ato de violência legitimado pela lei que caracterizava a dominação. A força do poder político do senhor era fortalecido pela quantidade de bens adquiridos para e pelo senhor. Os servos contribuíam para o aumento da economia do senhor, uma vez que a economia, grosso modo, resumia na aquisição de bens para o aumento do agrupamento político familiar e portanto o Estado, com este sentido o homem escravo-servo é uma objeto, uma mercadoria pertencente ao senhor, a priori, representa quanto maior a quantidade de objetos em seus domínios maior o poder econômico e político do senhor. Concretizando, ainda mais, o aumento da dependência econômica, onde brotou toda a construção da propriedade privada conquistada pela força e dominação dos homens pelos homens. Os servos não tinham propriedade, sobreviviam das dependências do senhor. Eram duplamente sujeitos da multiplicação da riqueza do senhor, por serem propriedade do senhor, fontes de renda e agentes atuantes a serviço do senhor.

1 ARISTÓTELES, Política, São Paulo, SP Editora Martin Claret, 2003, p.14, 15
2 ARISTÓTELES, Política, São Paulo, SP Editora Martin Claret, 2003, p 17.


* Autoria do texto: Rosangela Eugenia Gonçalves Nascimento, Relações Públicas, Pós Graduada em Jornalismo Social PUC/SP é docente nas cadeiras de comunicação, social e marketing. email:rosangela_eugenia@hotmail.com

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