O que é um blog? a blogosfera é o futuro da comunicação?

Definição:
Explicando para aqueles que acreditam que para um bom entendedor meia palavra basta. Blog é uma forma de expressão com liberdade, sem restrição e censuras. Sem ninguém para corrigir ou editar seu texto. É um diário aberto onde suas idéias e anotações, lembretes e fotos tornam-se públicas e permite que outros comentem pois é um livro virtual e aberto. Hoje o blog é uma febre, um vírus que vicia e contamina ou um incubador de vírus. Embora ainda caminhando à passos lentos, é uma ferramenta utilizada por profissionais de comunicação como meio de informação institucional e para divulgar produtos e ou serviços devido ao fato de permitir uma maior interação com o consumidor. Num conceito puramente teórico, blog compõe a chamada mídia social responsável pela disseminação de conteúdos na rede considerada de mão dupla, onde o leitor participa do processo comunicacioanal de forma ativa. Deixa de ser mero receptor passivo de informação. Outra característica das redes sociais é o uso de linguagem dotada de informalidade e criatividade, mesmo assim há muitos blogs com excelente conteúdo de informação afinal tem muita vida inteligente na rede.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pressuposto para causa social da violência*

Artigo acadêmico
Alguns estudiosos relatam, inclusive Arendt, que na Antiguidade as guerras tidas como necessárias eram justas e o uso das armas abençoado. Uma guerra travada com a “[...] necessidade de expandir horizontes a outros domínios para conquistá-los, a defesa da propriedade, a manutenção do poder em face do aparecimento de novas potências ameaçadoras e em apoio a um determinado equilíbrio de poder”. As guerras vistas por este prisma como “autoproteção” são legitimadas e justificam o uso da violência e decisão pelas armas?
As guerras, como violência no campo social, se configuram entre os mais antigos instrumentos do passado de que se têm notícia. Em contrapartida, as guerras como estratégia militar são recentes. A noção de que guerra é um crime só ganhou peso após a Primeira Guerra Mundial. Hobsbawn
1 arrisca dizer que a “[...] violência, como fenômeno social, só existe sob uma grande variedade de formas”. Isso quer dizer que a violência como problema social tem de estar inserida num contexto do campo social.
Os homens que trabalhavam nas terras eram arrendatários, produziam para o senhor. Viviam de forma miserável, conseguiam arrancar do solo apenas o suficiente para sua existência, pois na maior parte do tempo tinham de trabalhar para o senhor, e sem pagamento. O pagamento era o pouco que tiravam da terra arrendada para uma sobrevivência miserável. A economia predominante era a de troca, em que se pressupõe que a troca se dava entre os produtos de outras propriedades feudais.
Leo Huberman
2 aponta: O sistema feudal, em última análise, repousa sobre uma organização que, em troca de proteção, freqüentemente ilusória, deixava as classes trabalhadoras à mercê das classes parasitárias, e concedia a terra não a quem a cultivava, mas aos capazes de dela se apoderarem [...].
A terra e apenas a terra era a chave da fortuna de um homem. A medida da riqueza era determinada por um único fator – a quantidade de terra. Nada existia nesse período além da terra e do que dela pudesse extrair para todas as necessidades vitais. Não é de surpreender o motivo de haver tantas guerras na época. Guerras pela disputa da terra. Para vencê-las era preciso aliciar quantos guerreiros fosse possível e a forma de fazer isso era concedendo-lhes terra ou outros benefícios, em contrapartida a seus serviços militares.
As guerras deixavam para trás muitos “desgraçados”, órfãos, mulheres, idosos, doentes e aleijados sem valor para o sistema, mas de grande benefício para a Igreja, que “compadecida acolhia” esses indivíduos para negociar assistência, por sua caridade, com os senhores feudais, os grandes culpados por essa situação.
Outro fator social proeminente da história tem vínculo com a saúde pública e sanitária, no período da Idade Média. A doença, que ficou conhecida como peste negra ou peste bubônica, devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreu desta doença. A peste negra era transmitida pela picada de pulgas de ratos doentes. Esses ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bolhas de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos.
Cabe acreditar que a Igreja é uma das grandes, senão a principal, responsável pela contribuição da condição social desigual e pela proliferação da miséria. Os problemas sociais começaram a incomodar no início do Renascimento, quando toda a nobreza européia se sentia ameaçada com a afronta que representava a miséria. Gente desprezada, faminta, esfarrapada, sem trabalho, sem valor e deslocada numa sociedade “opulenta” e “altiva” constituída por nobres, burgueses e clérigos cheios de riquezas advindas das explorações nas grandes navegações. A solução “fácil” que encontraram para “enquadrar” uma grande parcela dos desajustados do sistema foi o escoadouro chamado América.
[1] HOBSBAWN, Eric. É autor de uma vasta e abrangente produção acadêmica, escrevendo sobre variados temas, desde revoltas e rebeliões de camponeses e trabalhadores ingleses no século XVIII até a história social do jazz. Apesar da variedade de assuntos de que tratou, o intelectual manteve-se coerente com uma linha de interpretação histórica marxista durante toda a sua vida. É autor de Tempos interessantes, uma vida no século XX. A riqueza de sua fala e a acuidade de sua exposição permitem reflexões não apenas sobre os assuntos tratados nesse livro, mas também e principalmente, sobre a relação do historiador com seu trabalho.
[2] HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 20.ed. Rio de Janeiro: Zahar Ed. 1985. p. 19.

*Texto: Prof. Rosangela Eugenia Gonçalves Nascimento, Relações Públicas, Pós Graduada em Jornalismo Social PUC/SP é docente nas cadeiras de comunicação, social e marketing. email:rosangela_eugenia@hotmail.com

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