O que é um blog? a blogosfera é o futuro da comunicação?

Definição:
Explicando para aqueles que acreditam que para um bom entendedor meia palavra basta. Blog é uma forma de expressão com liberdade, sem restrição e censuras. Sem ninguém para corrigir ou editar seu texto. É um diário aberto onde suas idéias e anotações, lembretes e fotos tornam-se públicas e permite que outros comentem pois é um livro virtual e aberto. Hoje o blog é uma febre, um vírus que vicia e contamina ou um incubador de vírus. Embora ainda caminhando à passos lentos, é uma ferramenta utilizada por profissionais de comunicação como meio de informação institucional e para divulgar produtos e ou serviços devido ao fato de permitir uma maior interação com o consumidor. Num conceito puramente teórico, blog compõe a chamada mídia social responsável pela disseminação de conteúdos na rede considerada de mão dupla, onde o leitor participa do processo comunicacioanal de forma ativa. Deixa de ser mero receptor passivo de informação. Outra característica das redes sociais é o uso de linguagem dotada de informalidade e criatividade, mesmo assim há muitos blogs com excelente conteúdo de informação afinal tem muita vida inteligente na rede.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Comunicação, educação e dominação*



Pode-se considerar que o conhecimento é a liberdade e a emancipação do homem, e que isso acarreta a transformação de sua conduta na sociedade. Ao seguir esse raciocínio, considera-se que o homem sem conhecimento é adestrável, dominado e incombativo. Então, por que produzir incentivo ou mecanismo gratuito para transformá-lo num ser capaz de adquirir poder e ser combativo? Com isso, ele passaria a ter poder de escolha e maior criticidade.
Paulo Freire incita, em seus textos, que a educação desenvolvida em toda a história sempre visou proporcionar conhecimentos que pudessem manter os sujeitos dominados, ingênuos e domesticados em servidão dos opressores. E isso por si caracteriza a violência, a partir do que se tira o direito de conhecer, exclui-se pela classe.
A transformação se dá pelo conhecimento, exclui o que dela só tem alcance gratuitamente e privilegia o que tem o poder de compra. O conhecimento é privatizado, vira mercadoria. Valendo do pensador Paulo Freire, permitir a criatividade e o conhecimento ao sujeito é perigoso, o que vale é negar-lhe a vocação de “ser mais”.
Pode-se admitir, então, que a interligação entre violência e educação é derivada da ressonância adquirida pela informação e a comunicação para uma compreensão e formação de senso, que pode ser maniqueísta.
Segundo orienta Epstein
[1] quando cita em seu texto uma “racionalidade instrumental do homem econômico”, isso quer dizer que o homem é um instrumento da economia, do capital a partir dessa compreensão e de que todo conhecimento está relacionado à agenda do poder do Estado.
Os meios de comunicação utilizam-se dessa ‘matemática’ variável e aberta, que Epstein considera uma orientação ‘agonística’ com múltiplas variantes e que determina o ‘jogo’, para a sua.

“[...] ação comunicativa com múltiplos objetivos [...] exemplos de casos de mensagens persuasivas de propaganda em seu componente enganoso, interrogatório de prisioneiros, certos comportamentos antiéticos [...] podem recobrir situações reconhecidas como aceitáveis, como estratégias em determinadas competições desportivas, eleitorais, empresariais, conflitos políticos e situações de guerra.

Isso é compreensível. Ao se analisar a história, o homem sempre foi um instrumento econômico para qualquer tipo de poder, sempre foi uma mercadoria. E os meios de comunicação podem conduzir o sujeito a ter um raciocínio falso involuntariamente, contudo, a serviço dos interesses dominantes.
Em Platão
[2] há uma passagem sobre justiça no texto “A República e as leis”, oriunda de uma conversa entre os filósofos. É, no mínimo, reflexiva, “[...] propõe uma definição de justiça [...] dar a cada um o que lhe é devido [...] justiça se define pelo interesse do mais forte, e que a injustiça é mais vantajosa do que a justiça[...]”. A idéia é repudiada por Sócrates, que argüiu: “sem justiça, sociedade alguma é possível”. Pode-se refletir e trazer para o mundo atual com a seguinte questão: quem define o que é justo ou o que é justiça hoje? É aquele que tem ou não tem conhecimento? Ademais, é pertinente acrescentar que a idéia recortada do texto tem origem há aproximadamente 2.500 anos e, no entanto, parece que acabara de ser proferida. Sócrates continua o discurso: “a justiça é mera convenção e que se é preferível a injustiça, isso se deve apenas às vantagens que acarreta”.
Ao analisar a lenda dos prisioneiros da caverna, sujeitos que ficaram uma vida inteira aprisionados e acorrentados, vendo o mundo através das sombras que a sociedade lhes permitia enxergar, sendo esta a única visão possível de um mundo exterior. Para esses indivíduos isso é um mundo real, incontestável e verdadeiro.
[1] EPSTEIN, Isaac. Ciência, poder e comunicação. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2005. p. 22, 23.
[2] PLATÃO. Apologia de Sócrates - Banquete. São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 23.

domingo, 20 de julho de 2008

O ECA conquistou a maior idade. Sem o poder da liberdade!


O Estatuto da Criança e do Adolescente o ECA, nascido em 13 de julho de 1990, completa agora 18 anos. É considerado um Estatuto que engloba todas as ferramentas ou instrumentos de direito e deveres.
Na sua criação, São Paulo foi a grande nascente do movimento, mas arrastou “águas” do Brasil inteiro, transformando-se em grande oceano, inclusive com a participação marcante do Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua (MNMMR), cuja palavra de ordem hoje é: “antes de fazer a defesa dos direitos foi preciso lutar para conquistar estes direitos na legislação”. Formou-se uníssono, voz ressonante, com participação democrática de milhões de pessoas, cada uma à sua maneira, contribuindo com idéias e influenciando na redação final da lei. A sociedade fez valer seu grito e cada assinatura conquistada representou a aprovação da Lei em 1990. Hoje, 18 anos após a sua criação, as opiniões divergem. Acredita-se que as divergências estejam vinculadas às ideologias e aos ethos sociais de cada discurso. A Lei é ressonante hoje, em grande medida, no âmbito da violência contra os menores, Mesmo com 18 anos é preciso que a sociedade esteja atenda com rigor nos rumos do principio da lei, a proteção integral das crianças e adolescentes, a maioridade não garante ao ECA a emancipação.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pressuposto para causa social da violência*

Artigo acadêmico
Alguns estudiosos relatam, inclusive Arendt, que na Antiguidade as guerras tidas como necessárias eram justas e o uso das armas abençoado. Uma guerra travada com a “[...] necessidade de expandir horizontes a outros domínios para conquistá-los, a defesa da propriedade, a manutenção do poder em face do aparecimento de novas potências ameaçadoras e em apoio a um determinado equilíbrio de poder”. As guerras vistas por este prisma como “autoproteção” são legitimadas e justificam o uso da violência e decisão pelas armas?
As guerras, como violência no campo social, se configuram entre os mais antigos instrumentos do passado de que se têm notícia. Em contrapartida, as guerras como estratégia militar são recentes. A noção de que guerra é um crime só ganhou peso após a Primeira Guerra Mundial. Hobsbawn
1 arrisca dizer que a “[...] violência, como fenômeno social, só existe sob uma grande variedade de formas”. Isso quer dizer que a violência como problema social tem de estar inserida num contexto do campo social.
Os homens que trabalhavam nas terras eram arrendatários, produziam para o senhor. Viviam de forma miserável, conseguiam arrancar do solo apenas o suficiente para sua existência, pois na maior parte do tempo tinham de trabalhar para o senhor, e sem pagamento. O pagamento era o pouco que tiravam da terra arrendada para uma sobrevivência miserável. A economia predominante era a de troca, em que se pressupõe que a troca se dava entre os produtos de outras propriedades feudais.
Leo Huberman
2 aponta: O sistema feudal, em última análise, repousa sobre uma organização que, em troca de proteção, freqüentemente ilusória, deixava as classes trabalhadoras à mercê das classes parasitárias, e concedia a terra não a quem a cultivava, mas aos capazes de dela se apoderarem [...].
A terra e apenas a terra era a chave da fortuna de um homem. A medida da riqueza era determinada por um único fator – a quantidade de terra. Nada existia nesse período além da terra e do que dela pudesse extrair para todas as necessidades vitais. Não é de surpreender o motivo de haver tantas guerras na época. Guerras pela disputa da terra. Para vencê-las era preciso aliciar quantos guerreiros fosse possível e a forma de fazer isso era concedendo-lhes terra ou outros benefícios, em contrapartida a seus serviços militares.
As guerras deixavam para trás muitos “desgraçados”, órfãos, mulheres, idosos, doentes e aleijados sem valor para o sistema, mas de grande benefício para a Igreja, que “compadecida acolhia” esses indivíduos para negociar assistência, por sua caridade, com os senhores feudais, os grandes culpados por essa situação.
Outro fator social proeminente da história tem vínculo com a saúde pública e sanitária, no período da Idade Média. A doença, que ficou conhecida como peste negra ou peste bubônica, devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreu desta doença. A peste negra era transmitida pela picada de pulgas de ratos doentes. Esses ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bolhas de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos.
Cabe acreditar que a Igreja é uma das grandes, senão a principal, responsável pela contribuição da condição social desigual e pela proliferação da miséria. Os problemas sociais começaram a incomodar no início do Renascimento, quando toda a nobreza européia se sentia ameaçada com a afronta que representava a miséria. Gente desprezada, faminta, esfarrapada, sem trabalho, sem valor e deslocada numa sociedade “opulenta” e “altiva” constituída por nobres, burgueses e clérigos cheios de riquezas advindas das explorações nas grandes navegações. A solução “fácil” que encontraram para “enquadrar” uma grande parcela dos desajustados do sistema foi o escoadouro chamado América.
[1] HOBSBAWN, Eric. É autor de uma vasta e abrangente produção acadêmica, escrevendo sobre variados temas, desde revoltas e rebeliões de camponeses e trabalhadores ingleses no século XVIII até a história social do jazz. Apesar da variedade de assuntos de que tratou, o intelectual manteve-se coerente com uma linha de interpretação histórica marxista durante toda a sua vida. É autor de Tempos interessantes, uma vida no século XX. A riqueza de sua fala e a acuidade de sua exposição permitem reflexões não apenas sobre os assuntos tratados nesse livro, mas também e principalmente, sobre a relação do historiador com seu trabalho.
[2] HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 20.ed. Rio de Janeiro: Zahar Ed. 1985. p. 19.

*Texto: Prof. Rosangela Eugenia Gonçalves Nascimento, Relações Públicas, Pós Graduada em Jornalismo Social PUC/SP é docente nas cadeiras de comunicação, social e marketing. email:rosangela_eugenia@hotmail.com

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A informação a qualquer cu$to. Até que ponto um “furo’ é só informação!*

O fato que ocorreu, esta semana, com a operação Satiagraha e tantos defensores do seu próprio peixe, incluindo aí a emissora Globo, hilariante, permite a publicação deste artigo que faz parte de um texto acadêmico.
Há pouco tempo a TV brasileira, com status de uma das maiores do mundo, comemorou 50 anos de existência. A cinquentona mais cobiçada, adorada e disputada dos anos 2000. Durante todo esse tempo, não poupou esforços em produzir mitos, e é copiada e referência para outros segmentos da comunicação. Leonardo Boff
1 utiliza a palavra “mitomania” ou seja a “capacidade de inventar mitos, ou a mania de projetar interpretações mirabolantes da realidade”. A mídia cria mitos e fantasias incomensuráveis, a seu bel prazer, e enriquece espetaculosamente, hipnotizando o povo brasileiro. O mais importante são os índices de audiência ou os exemplares vendidos, de que se beneficiam os diferentes veículos. Será que não há um “conspiração” para a manutenção do “status quo”?.
A facilidade na armazenagem da palavra e o tratamento dispensado, faz que os meios de comunicação se transformem em “donos” e referência na construção de uma visão hegemônica da sociedade e da história. Isso indica a capacidade que têm, em seu poder, de produzir cidadãos senso comum e pouco crítico. Exclui a necessidade do pensar , da reflexão e do discurso. São sujeitos sujeitados, fatos altamente preocupante
Predomina o espetáculo para o entretenimento das massas. Os meios de comunicação que tenta, a qualquer custo, se legitimar, e cada vez mais, como os porta-vozes da sociedade e se posiciona, supostamente, como defensores dos interesses dos receptores ou defensores dos fracos e oprimidos, ou “ tudo ao bem da informação”.
Pesquisas recentes indicam que as pessoas ficam expostas de três a quatro horas diárias consumindo as informações oriundas dos meios de comunicação, materializados através de filmes, programas de TV, rádio, livros, revistas, jornais, CDs, DVDs, entre outros.

Hoje é amplamente discutido a necessidade que se faz e cada vez mais, da formação de um cidadão crítico. Caiu por terra a defesa de que a formação desse cidadão era de competência exclusiva e privativa da escola. A família e os meios de comunicação, em grande medida, compartilham com a escola nesse processo educacional de transformar o cidadão em sujeito crítico. Conhecer a palavra não é somente copiá-la é expressar juízos é capacitar o sujeito para participação nos processos da sociedade. È ainda, mais do que isso, é transformá-lo em sujeito livre.
A palavra, escrita ou falada, que é passada ao longo do processo da educação é um dos pilares mais importantes para a consolidação da história e a manifestação do novo. A palavra forma a base do pensamento que cada um carrega e possibilita, ou não, a capacidade de ser sujeito capaz de interpretar e re-elaborar, num maior ou menor distanciamento, os fatos postos.
Os meios de comunicação tanto o jornal, como o rádio, a televisão e a internet têm diminuído a distância, mas têm transformando os sujeitos em meros observadores da palavra sem permitir a participação e muito menos ao debate. Têm atravessado muito na condição de educadores e ocupando espaço privilegiado, maior que a escola e a família.

Os meios de comunicação não deviam ter compromisso com a educação? Qual o futuro da nossa educação? Basta sermos ridicularizados e feitos de palhaços ao ouvir o “eu tô pagando” e ainda acharmos graça.

1 BOFF, Leonardo - Saber cuidar. Ética do humano - compaixão pela terra. Cap V - A explicação da fábula-mito do cuidado.
*Rosangela Eugenia Gonçalves Nascimento o mesmo texto foi postado no em 22/07/08.

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=495DAC003
http://blog.aprendaki.net/2008/07/26/conhecer-a-palavra-e-capacitar-o-cidadao-a-ser-livre-por-rosangela-eugenia-goncalves-nascimento/

Água, o líquido mais precioso. Ter é um direito. Preservar é um dever

Foto de cachoeira em Ilha Bela. O Brasil é assim abundante em recursos naturais.


Saber usar água para a fonte não secar é a recomendação nos últimos tempos e relembrada em 22 de março quando comemorado no mundo inteiro o Dia Mundial da Água. A data é uma recomendação da Organização das Nações Unidas e surgiu após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, que teve como sede o Rio de Janeiro – Eco 92, e serve para abordagem de assuntos para conscientizar a importância da conservação, preservação, e proteção da água.
A água é um dos recursos naturais mais preciosos da Terra e está ameaçado de secar. Por isso a data é lembrada e, este ano, para não perder de vista água esteve na “boca” da mídia, dos ecologistas, do governo, e das entidades organizadas na tentativa de tratar o assunto no conjunto da sociedade.
No entanto, o assunto virou domínio público, pois a água é de fundamental importância para a existência de qualquer espécie na Terra, ela é a própria saúde e muito se comenta que a fonte está secando e futuramente haverá guerra em busca de água potável. Apesar do Brasil ser um país continental privilegiado, ao solo brasileiro pertencem quase 12% de todo o fluxo de água doce existente no mundo e o maior rio do planeta, o Amazonas, a água é mal distribuída para a população, há locais que a água não chega.
Embora predomine a cultura do desperdício, pois muitos acreditam que a água é um recurso renovável ilimitado, há muita controvérsia. Porém faltam investimentos em tecnologias e pesquisas para exploração dos aqüíferos subterrâneos, eficiência no planejamento e gestão dos recursos híbridos existentes e muito desperdício.
O que é líquido e certo é que o planeta está em plena crise da água e países como Tajiquistão, Paquistão, Índia, Iraque, Egito, África do Sul, Jordânia disputam gota a gota um gole de água e a situação já beira do colapso com a escassez dos recursos híbridos.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Somos um produto, uma mercadoria*

É objeto da minha dissertação um capitulo inteiro no qual defendo que o homem é uma mercadoria. Defendi assim com base nas leituras teórica do filósofo Aristóteles, completamente conceitual. O estudo serve para mostrar que já naquele período o homem era objeto de troca, uma moeda no fim um produto. Resolvi dividir o texto porque tive que escrever uma proposta comercial para um trabalho de marketing e após ler o briefing do cliente resolvi colocar na proposta uma introdução onde afirmo que todos, seja pessoa física ou jurídica somos um produto. Ficamos full time expostos numa “prateleira” stand by sendo analisados e observados para que o nosso “consumidor” nos escolha, aceite e ou recomende. Impossível ser invisível. Além disso, somos fatiados em subprodutos para cada segmento da vida, seja no campo profissional ou pessoal. A primeira parte do texto diz o seguinte. Na lógica de Aristóteles[1](384-322 a.C) .“..o homem é um ser político por natureza...” e toda política é um agrupamento de indivíduos, bastam dois para se confirmar a existência da política. Nenhum homem é sozinho e a origem da política foi percebida já nas comunidades primitivas. Basta um agrupamento para que já tenha um Estado e os agrupamentos familiares constituem-se no Estado mais antigos na história, “...na ordem natural, o Estado, antepõe-se à família e a cada indivíduo, visto que, o todo deve, obrigatoriamente ser posto antes da parte...” , dessa forma entende-se que o Estado é maior que uma família e o indivíduo, é uma hierarquia legitima. Ainda na concepção aristotélica, faz parte da condição humana
que na natureza existam homens que comandam e outros que obedeçam. Existem entre os homens aqueles, que são mais inferiores que outros. Os inferiores estão destinados a serem dominados tanto na benevolência como através da força. O emprego da força traduz a violência. Deste entendimento entre a soma do homem, família e Estado, conjuga-se o poder político maior centrado no Estado o que Aristóteles sublinha como “...partes componentes de um Estado...” o poderio político
é de importância relevante para a história, em contraponto com a relação do poderio econômico que é especifico e secundário, embora a economia, nos estudos da filosofia antiga seja pouco aprofundado, podem-se extrair alguns elementos da política sob o olhar aristotélico.
O termo economia encontrou sua primeira guarida no sentido de administração do lar, ainda na antiguidade, baseado na compreensão que Aristóteles trazia da economia doméstica e na divisão de família, constituída por três grupos; o senhor e o servo, o marido e a mulher, os pais e os filhos. Cabe ressaltar que nesses três grupos há a figura representada pelo senhor, pelo marido e o pai que é a mesma pessoa, visto que ele circula pelos três grupos. E também acumula a administração do lar e a competência para acumular riquezas.
É perceptível, já em Aristóteles, a diferenciação de classes entre o senhor e o servo. O servo não é um homem livre é um escravo propriedade do senhor. Assim como outras propriedades ou bens que serviam para a manutenção da família, cuja competência em conseguir é do senhor e faz parte da economia acumular bens para a sobrevivência da família, gestão e controle do lar. “Haverá alguém para quem seja justo e lucrativo ser escravo? [...] A autoridade e a obediência não constituem coisas necessárias, apenas, mas são coisas úteis“
[2]. O homem é uma mercadoria, uma moeda de troca, sem ele não haveria a riqueza de outro homem.
A escravidão, na antiguidade, fazia parte da lei dos homens e, mesmo para Aristóteles, impunha uma diferença injusta onde a violência a produzia. A escravidão era um ato de violência legitimado pela lei que caracterizava a dominação. A força do poder político do senhor era fortalecido pela quantidade de bens adquiridos para e pelo senhor. Os servos contribuíam para o aumento da economia do senhor, uma vez que a economia, grosso modo, resumia na aquisição de bens para o aumento do agrupamento político familiar e portanto o Estado, com este sentido o homem escravo-servo é uma objeto, uma mercadoria pertencente ao senhor, a priori, representa quanto maior a quantidade de objetos em seus domínios maior o poder econômico e político do senhor. Concretizando, ainda mais, o aumento da dependência econômica, onde brotou toda a construção da propriedade privada conquistada pela força e dominação dos homens pelos homens. Os servos não tinham propriedade, sobreviviam das dependências do senhor. Eram duplamente sujeitos da multiplicação da riqueza do senhor, por serem propriedade do senhor, fontes de renda e agentes atuantes a serviço do senhor.

1 ARISTÓTELES, Política, São Paulo, SP Editora Martin Claret, 2003, p.14, 15
2 ARISTÓTELES, Política, São Paulo, SP Editora Martin Claret, 2003, p 17.


* Autoria do texto: Rosangela Eugenia Gonçalves Nascimento, Relações Públicas, Pós Graduada em Jornalismo Social PUC/SP é docente nas cadeiras de comunicação, social e marketing. email:rosangela_eugenia@hotmail.com

quarta-feira, 2 de julho de 2008

As rosas falam sim

Tulipas cor de rosa, mas são tulipas


Contrariando a música que diz “que as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti. Grande poeta Cartola. Aqui as rosas, margaridas, tulipas, cravos, crisântemo, gerânios e qualquer outra flor pode e deve soltar a voz. Vejo o nome da autora do blog! A tulipa na foto, fala e já abriu as suas pétalas numa referência, embora simbólica, de boca aberta, falante.

Há uma luz no fim do túnel




A luz está acima, abaixo,


ao lado e ao centro



Para quem pensa que a luz está só lá no fim do túnel. Aqui será demonstrado que há controvérsia...