O que é um blog? a blogosfera é o futuro da comunicação?

Definição:
Explicando para aqueles que acreditam que para um bom entendedor meia palavra basta. Blog é uma forma de expressão com liberdade, sem restrição e censuras. Sem ninguém para corrigir ou editar seu texto. É um diário aberto onde suas idéias e anotações, lembretes e fotos tornam-se públicas e permite que outros comentem pois é um livro virtual e aberto. Hoje o blog é uma febre, um vírus que vicia e contamina ou um incubador de vírus. Embora ainda caminhando à passos lentos, é uma ferramenta utilizada por profissionais de comunicação como meio de informação institucional e para divulgar produtos e ou serviços devido ao fato de permitir uma maior interação com o consumidor. Num conceito puramente teórico, blog compõe a chamada mídia social responsável pela disseminação de conteúdos na rede considerada de mão dupla, onde o leitor participa do processo comunicacioanal de forma ativa. Deixa de ser mero receptor passivo de informação. Outra característica das redes sociais é o uso de linguagem dotada de informalidade e criatividade, mesmo assim há muitos blogs com excelente conteúdo de informação afinal tem muita vida inteligente na rede.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Redes. Redes e teias

As redes

A rede não é uma palavra que apareceu agora porque não está somente relacionado às tecnologias das informações. A rede serve para designar tudo o que liga, entrelaça um ponto à outro, em grande medida, tem a facilidade de encurtar as distâncias de áreas geograficamente extensas. Permite o fluxo de informações, portanto, o uso não é de agora a primeira idéia de rede vem das redes ferroviárias considera a mais antiga e eficiente forma de organização em rede que se tem notícia. A arquitetura em rede foi adotada para redes de rodovia, de esgoto, rede elétrica, rede de telefonia e rede de computadores. Hoje vimos que o termo também foi adotado por conglomerados das corporações e define que estão ligadas uma com as outras, como rede de hotéis, rede de indústrias, rede de escolas, entre outras.
Na rede das tecnologias da informação significa que potencial da rede é de alcance mundial são sistemas de troca de informações ligados na internet. Baseia-se no princípio de que diversos computadores, chamadas de clientes, conectam-se a uma determinada máquina, chamada de servidor que tem a finalidade de receber informações e enviar dados, enfim, possibilitar que toda a informação armazenada ali, naquele servidor, seja distribuída.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A cultura digital. Fruto da revolução tecnológica


Em sua forma mais simplista a cultura já remete à idéia do modo com nós, indivíduos, vivemos em comunidade e coletivamente.
Podemos dizer que a cultura em sua forma material é o modo como nos relacionamos, do que nos alimentamos, o que vestimos, da forma que recebemos nossa educação, as músicas que gostamos de ouvir, as nossas crenças, as escolhas que fazemos para agregar aos nossos costumes que vão fazer parte daquele nosso universo delimitado.
No entanto na cultura digital o indivíduo transita livremente numa comunidade virtual sem fronteira e o coletivo é universal. A cultura se desenvolve de modo digital e permite, de forma veloz, fácil e barato, a troca simultânea de informações. Então podemos duvidar. Como um simples ato de trocar informações por rede pode ser chamada de cultura? Se pararmos para analisar que a troca de informação e conteúdo seja ele a música, o texto, o poema, o clipe, o jogo, a receita de bolo, que modelito usar na balada é fruto de nossas escolhas, então é cultura. É digital porque não é um material que pegamos na mão, não é configurado geograficamente é composta pela junção de computadores, telecomunicações, programas e bando de dados, o indivíduo é bits com a projeção da realidade que só existe virtualmente. Todas as trocas acontecem no universo virtual e a partir dessa possibilidade vamos ampliando nossa cultura. Entramos em museus, reproduzidos pela rede, da França, Alemanha e Cairo, conhecemos suas obras como se estivéssemos caminhando naqueles corredores. Uma cultura sem fronteiras, sem limites e universal. A cultura digital se caracteriza pela transformação através da reprodução da cultura material. A cultura da contemporaneidade baseado na reprodução para trocar.
A cultura do universal sem limites e fronteiras é sinônimo das potencialidades permitidas no conceito da cultura digital. É também uma revolução de hábitos e costumes devido a um novo conjunto de premissas técnicas, que possibilitam colocar usuários em contato diretamente uns com os outros, cujas novas tecnologias da informação estão ligando o mundo através de uma teia mediada por redes que se comunicam, trocam informações e conteúdos. Derrubam barreiras, até então, impostas pela distância ou por protocolos de propriedades.
A cultura no ambiente digital é movida por modificação, alteração, onde o sujeito, a seu critério, pode adicionar e retirar conteúdos. Não é estática é uma via de mão dupla, dispara e recebe informações, dispara e recebe conteúdo, interage no ambiente virtual, criando laços e cumplicidades universais.
A cibercultura ou cultura digital é um terno que nasceu com a revolução digital ou revolução tecnológica ocorrida nos últimos vinte anos gerada, em grande medida, com surgimento de um novo paradigma representado pela difusão da internet que permitiu o avanço das novas tecnologias da informação. A priori a idéia da estrutura cliente-servidor-cliente, baseia-se no princípio de que diversos computadores, chamadas de clientes, conectam-se a uma determinada máquina, chamada de servidor que tem a finalidade de receber informações e enviar dados, enfim, possibilitar que toda a informação armazenada ali, naquele servidor, seja distribuída.
A cibercultura, embora seja um conceito contemporâneo e em transformação e que já faz parte do nosso dia-a-dia e do nosso universo, mesmo que de forma invisível, nos remete para uma ruptura com antigos paradigmas e ao tentar fazê-lo nos coloca em estado de inquietação, estado que advém das incertezas e dúvidas do romper com o conhecido e o tradicional. Será que é confiável? O conteúdo é seguro? As informações são verdadeiras? Você ou seus pais certamente tem insegurança ao pensar em fazer qualquer tipo de operação financeira pela internet, pagar contas, transferir valores, etc. Não? É melhor fazer isso no caixa do banco, enfrentar filas e a demora do atendimento? A insegurança, muita vezes, nos leva a não romper com antigos paradigmas e ficar com o modelo tradicional. Pare para pensar e perceba que tirar dinheiro no caixa eletrônico, pagar as compras com cartão de crédito ou débito automático só é possível graças a rede.
Se formos fazer uma retrospectiva histórica, outros processos de mudança cultural também sofreram com a dúvida e o desprezo ao emergir ou quando foram popularizados. Foi assim como a televisão, o cinema em detrimento do teatro e os computadores em detrimento do homem pela robótica. Hoje testemunhamos que nada disso aconteceu e o salto em qualidade que representa esses bens simbólicos na nossa existência.
Vale lembrar que a cibercultura é a abertura para um novo espaço para a comunicação e cabe a nós usuários explorarmos todas as suas potencialidades. No Brasil as previsões sobre as potencialidades das comunidades virtuais as trocas de informações e a adesão as redes sociais não foram atingidas ainda em sua plenitude, até porque o povo brasileiro tradicionalmente é desconfiado, mas tem chamado a atenção pela força que representa o uso da internet que ultrapassou todas as expectativas, tanto isso é fato que grandes provedores de conteúdo e de troca de informações não foram criados em solo brasileiro mas, com vistas a atingir e satisfazer um número cada vez maior de usuários, traduzidos para a língua portuguesa.
A informação e o conhecimento quando trocados crescem na mesma extensão com que são compartilhados, pois multiplicam-se, com base na idéia de que o conhecimento não apaga e não se perde no caminho. Ele transforma.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A cri$e e a mídia

Opinião pública. O que é?

Outro dia, em sala de aula, quando falava sobre agenda setting e seu efeito na opinião pública.
O conceito de agenda setting está postado logo abaixo. Um aluno levantou o braço e perguntou. O que é opinião pública? Resolvi responder por um conceito mais simples para não alongar. Discutir opinião pública não era o caráter da aula. Então respondi, opinião pública é a opinião do conjunto de pessoas sobre determinado assunto. A resposta satisfez, mas conceituar opinião pública não é tão simples assim. Envolve variados contextos e entender opinião pública é entrar em uma seara repleta de confusões e mal entendidos.
O conceito tem aplicação histórica, remonta os tempos da antiguidade onde é associado ao controle social e ao consenso social entre governo e sociedade. Em Política de Aristóteles há passagem, grosso modo, quando sita que é na opinião considerável do povo que o governo tem a capacidade de se rever. Até a idade média e o renascimento a idéia e o conceito de opinião pública, talvez por influência de Aristóteles também em outros filósofos, ao longo do período, esteve atrelada as relações do governo com o povo.
O conceito ganha outros contornos com o advento da imprensa e agora com as tecnologias da informação. Embora, ainda hoje, muitos estudiosos afirmam que é impossível chancelar um conceito que satisfaça plenamente a compreensão do que é opinião pública a não ser de forma sublinhada.
Como quer Rabaça: Agregado de opiniões predominantes em uma comunidade. Juízo de valor (subjetivo) advém de uma situação objetiva (um fato concreto) e se manifesta objetivamente. A opinião pública manifesta-se e modifica-se coletivamente sem ser necessariamente condicionada pela aproximação física dos indivíduos, e não implica o conhecimento do assunto sobre o qual se opina. Nela interferem fatores psicológicos, sociológicos e históricos.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A crise dos grandes jornais

A informação postada, logo abaixo, foi debatida durante o FSM por um grupo de pensadores que debatem e escrevem sobre a situação e atuação da nossa mídia contemporânea. O texto foi escrita por meu professor Bernardo Kucinski. Reproduzirei na íntegra.

A crise dos grandes jornais
Mais empresas e grupos midiáticos devem fechar jornais nos próximos meses. O novo príncipe, como Octavio Ianni definiu o poder midiáticos dos nossos tempos, está em crise existencial.

De repente, não mais que de repente, grandes jornais do mundo Ocidental entraram em crise financeira aguda. Entre eles o New York Times, ícone do capitalismo Ocidental, o El Pais, símbolo do novo expansionismo ibérico, o poderosos Chicago Tribune e o veterano Christian Science Monitor. Estão sem caixa. Alguns, venderam seus prédios, outros buscam injeções de capital, redações foram reduzidas à metade. O Christian Science Monitor deixou de vez a forma impressa, ficando só na internet.. Será o começo do fim da era dos grandes jornais?Ignácio Ramonet apontou ,no Fórum de Mídia Livre desta segunda feira, para a estreita relação, quase que orgânica, entre o capital financeiro e os grande grupos de mídia. É como os bancos fornecessem o combustível dos conglomerados midiáticos. Quando advém ao estrangulamento do crédito, principal mecanismo desta crise depois do colapso dos grandes bancos americanos e alguns europeus, precipita-se uma situação de insolvência que já vinha tomando forma desde que a internet começou a comandar a dinâmica do jornalismo. Para Ramonet , o aprofundamento e o espalhamento da recessão econômica, etapa seguinte desta crise, afeta profundamente o modo de produção da grande mídia, principalmente ao reduzir sua principal fonte de financiamento, a publicidade. São três pauladas sucessivas na grande mídia impressa. Primeira paulada: o esvaziamento de suas funções pela internet, processo de natureza estrutural que deverá se aprofundar . Segunda paulada: o estrangulamento do crédito, fator apenas temporário mas que precipitou decisões radicais, algumas irreversíveis.Terceira paulada:a queda das receitas publicitários, que está apenas no começo , devendo perdurar pelo tempo das grandes recessões, em geral três a cinco anos. Os grandes jornais já vinham sofrendo há muito tempo a erosão de suas funções editoriais principais, apontaram nessa mesma sessão do Fórum os jornalistas Pascual Serrano do site Rebellion, e Luiz Navarro, do La Jornada. Na invasão do Iraque, por exemplo, a grande mídia americana tornou-se uma disseminadora de mentiras geradas pelo governo. Com isso, negou sua função jornalística principal de asseverar verdades.Também perdeu sua função mediadora, na medida em que abandou a mediação dos grandes problemas que efetivamente interessam à população. E mais; perdeu legitimidade, perdeu autenticidade. Conclusão: mais empresas e grupos midiáticos devem fechar jornais nos próximos meses. O novo príncipe, como Octavio Ianni definiu o poder midiáticos dos nossos tempos, está em crise existencial.Bom para a democracia? Talvez não. Ruim com os grandes jornais, pior sem eles. A democracia de massa precisa de meios de comunicação de massa para funções de mediação e agendamento do debate nacional e mundial, que a mídia pequena ou alternativa não tem escala para exercer.O que interessa à democracia é que esse espaço, o da comunicação de massa seja habitado por uma mídia mais plural, mais comprometida com os valores humanos e menos com os ditames do capitalismo. Vários participantes desse debate apontaram para a necessidade do campo popular disputar a hegemonia da grande imprensa, com projetos de mesmo porte.Também foram cobradas políticas publicas mais audazes de democratização do espaço midiático por parte dos novos governos da América do Sul. E mais empenho das entidades mais poderosas da sociedade civil na ocupação desse espaço. A hora é agora, quando a crise jogou os tycoons da comunicação na defensiva, e as novas tecnologias favorecem o pluralismo no espectro eletromagnético e barateiam a produção dos meios impressos.

Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, é colaborador da Carta Maior e autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Mídia, violência versus Segurança Pública. Mediação de conflitos!

Material usado para ministrar um workshop para a segunda turma de pós-graduação do curso de Políticas de Gestão de Segurança Pública da PUC/SP dia 13 de fevereiro de 2009.

INTRODUÇÃO

A partir de que período os veículos de comunicação se interessaram por assuntos relacionados com violência? Pergunta que eu trouxe para iniciar a apresentação e debater aqui.

Até os anos 80 havia uma idéia, difundida pelos meios de comunicação. Atribuía, ao criminoso função nobre, política e romanceada dos seus atos. A idéia do bom bandido, herói do seu povo, vingador da sua classe, da honra sempre foi idealizado em grande medida no cinema e na televisão. O malandro, o Robin Wood, o Zorro, o Cangaceiro, o Mártir. Essa faceta, em boa medida, foi reproduzida nos jornais.
Fui pesquisar, para apresentar nesta oficina, como isso se deu na Folha da Noite, Folha da Manhã e finalmente Folha de São Paulo constatei que até os anos 70, portanto aproximadamente 50 anos do veículo, as informações de cunho violento retratavam revolta de grupos políticos, assassinatos, alguns assaltos às propriedades de empresários e políticos, ação de movimentos subversivos, relatos de guerras pelo mundo afora, morte de líderes religiosos ou políticos. A violência do cotidiano como é hoje não existia ao menos nos noticiários.
A partir dos anos 70 até meados de 80 as informações prisão política, seqüestro provocados por movimentos organizados. Após o desse período pós-ditadura as cenas e fatos sobre violência começa a ocupar mais espaços na mídia cenas do cotidiano começa a ganhar forma e força na programação. Grande marco do sensacionalismo e um divisor de águas, na televisão brasileira, foram as cenas dos edifícios Andraus e Joelma em chamas que chocaram a opinião pública com imagens de pessoas se jogando do prédio.

Foi na década de 60 que as grandes empresas de comunicação lançam editoriais destinados aos assuntos do cotidiano, policiais e violência, ou criaram produtos específicos para atingir a classe mais baixa da população. Foi nessa época que
surgiu o NP.
O jornal Notícias Populares, o pioneiro em matéria de veículo destina ao sensacionalismo. O jornal tinha como sua espinha dorsal o tripé sexo, bizarrice e violência. Sob essa lógica de trabalho eram pautadas as matérias e as fotos. Os profissionais atuantes, editores, repórteres e fotógrafos conheciam como ninguém o mundo cão das ruas e esse exercício pela procura do mórbido era diário. Lançado em 15 de outubro de 1963, com o slogan “nada mais que a verdade”. Caracterizada por notícias e fotos manchetadas e linguagem popular.
“A população, assombrada com tanta violência, procura nas páginas do NP e nas fotos do veículo uma fuga do real. A transcendência da verdade. Da realidade do bairro, da violência das ruas, de sua própria enfermidade. O que o individuo procura na fotografia do NP é justamente uma realidade pior que a sua própria realidade, num desejo desesperado de encontrar motivos para continuar fazendo sua vida valer a pena, fazer o seu cotidiano, apesar de intragável, prosseguir”

Rádio – Programa Sensacionalista
Modelo copiado posteriormente na televisão, o programa Gil Gomes cujo jargão do apresentador “Gil Gomes lhes diz” virou líder de audiência para as rádios

Televisão Aqui e Agora
Especulações de que o NP perdeu espaço para o programa Aqui e Agora e foi o responsável pelo fechamento do veículo. O Aqui e Agora líder absoluto de audiência nos anos 90 foi ícone dos fracos e oprimidos e o terror de comerciantes, funcionários públicos, diretores de hospitais. O programa consagrou apresentadores como Celso Russomano, Cesar Tralli, Silvia Garcia entre outros. Ameaçar falar “vou chamar o Aqui e Agora” tinha mais força que poder da polícia e da lei.
Dos anos 80 em diante a violência vira espetáculo na mídia. Fiz uma pesquisa realizada em 58 edições do Jornal O Estado de São Paulo durante todo o ano 2003 (de jan a dez) revelou que em 32 haviam informações de violência contra 6 de educação. A pesquisa foi destinada ao município de SP.

SUPOSTAS CAUSAS DA EXPLOSÃO DO TEMA NA MÍDIA

1-Período pós-ditadura com o milagre econômico. 2-Liberdade de expressão da mídia. 3- Onde tudo poder ser dito e visto. 4- Nos últimos 60 anos, que é a idade da televisão brasileira, a informação sobre violência vem acompanhando o ritmo das transformações tecnológicas, políticas, sociais, culturais e econômicas. 5- O advento das novas tecnologias na indústria do entretenimento e a modernização dos parques gráficos. 6- Crescimento do mercado publicitário busca incansável por aumento de audiência. 7- Aumento das desigualdades. 8- Tráfego de armas e drogas. 9- E o próprio interesse do expectador por assuntos sensacionalistas carregado de fotos.

ALGUNS CONCEITOS
Conceitos que podem justificar as razões da mídia introduzir assuntos de violência ou sensacionalistas.

Imprensa e poder
Há mais de um século, o conflito entre a imprensa e o poder é uma questão da atualidade. Por muito tempo a imprensa foi classificada como o quarto poder, em oposição aos outros três: executivo, legislativo e judiciário. Seguindo a classificação tripartite de Montesquieu. E cuja principal missão cívica seria vigiar e denunciar a ação dos outros três. Podemos ainda qualificá-la desse modo?
Segundo Ignácio Ramonet, em seu livro a Tirania da Comunicação. Ainda que a imprensa funcionasse como o quarto poder seria necessário que os três outros existissem de fato e que a hierarquia que os dispõe na classificação de Montesquieu fosse sempre válida, para ele na verdade o primeiro poder é hoje exercido pela economia. O segundo (cuja a imbricação com o primeiro se mostra muito forte) é certamente o midiático – instrumento de influência, de ação e de decisão incontestável – de modo que o poder político só vem em terceiro lugar.

O poder simbólico
O poder simbólico é uma teoria defendida por Pierre Bourdieu que classifica o efeito e as consquências de um poder invisível que só é possível a existência com a cumplicidade da “vítima”. Sabe da existência mas não a reconhece ou não a aceita. Segundo Bourdieu, o Poder Simbólico está por toda a parte, irreconhecível, transformado e legitimado por outras formas de poder. É a capacidade de reconstruir a realidade que tende a estabelecer uma ordem imediata doas coisas. Supõe um conformismo do outro. É o encontro da reprodução social com a integração moral.
Como exemplo. As telenovelas sempre faz isso quando apresenta a face dos problemas sociais como um interesse universal mas há interesses particulares,. Quando aborda a violência doméstica, gênero, raça, desigualdades sociais e abusos diversos. Será que ela quer conscientizar ou serve para dar legimidade as diferenças? Difenças de classe e de raça? Weber chama a “domesticação dos dominados” o poder de impor ou mesmo inculcar instrumentos de conhecimento. Quem contribui para esse efeito? Campos como o político, o juridico, o acadêmico e a reprodução da mídia.
Outros simbolismos que podem ser refletidos. O quão simbólico é a queda do muro de Berlim A eleição do Barack Obama.

Violência do imaginário
Para Maria Rita Kelh é a mais grave, pois trata-se, grosso modo, da violência causada pelo excesso de exposição de imagens de violência nos meios de comunicação com a capacidade de transformar o outro em ser incapaz de se sensibilizar com o tema. A violência vira informação comum e é transportada para o dia-a-dia como ação normal.
Análise de pesquisa realizada no final dos anos 90 responsabiliza a mídia como responsável pela produção da violência. Uma relação de causa e efeito com o comportamento de pessoas que se expõe a uma programação predominante violenta. Acaba que o outro acha que a violência é algo normal, aceitável e não sofre mais nenhuma emoção ou sensibilidade a ela, não causa mais horror.
O excesso de imagens violenta também dispensa o uso do pensamento que vem pronto com o fluxo de imagens. No seu estudo sobre a condição humana Hannah Arendt acredita e defende a violência do imaginário como a ausência de reflexão.
Podemos então supor que a mídia fortalece a violência e a manutenção do “status quo”? Ou será que há mesmo aquele pensamento afirmativo. Se a mídia mostra tanto, fala tanto tem que ser assim, não há remédio!!! Onde tudo pode ser visto e dito, pode ser feito!

“Imagens, milhões de imagens, eis o que eu devoro... Já procurou abandonar esse vício com morfina?” Esta frase foi dita por William Burroughs, pintor, escritor e crítico social.

Espetacularização da cobertura e da informação: O espetáculo que gera lucro, gera audiência.
Para Guy Debord espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a uma vida humana, isto é, como a negação visível da vida. Como uma negação da vida que se tornou visível. No espetáculo o que fica entendido e nada mais diz senão que: o que aparece é bom, o que é bom aparece. Pode vir revestidos de vários formatos em imagens produzidas. A realidade vivida é materialmente invadida pela contemplação do espetáculo e retoma em si própria a ordem espetacular dando-lhe uma adesão positiva.
O que o espetáculo sugere ou imprime é a alienação dos espectadores em proveito do objeto contemplado. Quanto mais se contempla menos ouve e menos compreende a própria existência e o próprio desejo e necessidade. Não é um tanto narcisista esse conceito?

Hipótese do Agenda Setting Estuda os efeitos que alguns assuntos tem na opinião pública. E se a opinião não é uma reprodução daquilo que a própria mídia quer ou impõe. O poder de agendar e a capacidade de deixar os temas por determinado tempo em evidência para incutir ou influenciar na opinião.
O público sabe ou ignora, presta atenção ou descarta, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas tem tendencias a incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que a mídia inclui ou exclui do seu conteúdo.
Além disso para a hipótese da Agenda Setting o público tende a atribuir importância ao tema do tamanho que é definido pela mídia. Os temas ganham destaque e viram notícias de acordo com os interesses da mídia.
Podemos citar exemplos? Quais? A discussão sobre redução da jornada de trabalho redução com redução de salário ou demissão. Não é estranho que o assunto venha a tona agora em janeiro. O que este tema faz com a cabeça dos trabalhadores e da opinião pública em geral? Que pano de fundo há nisso?
Na hipótese do Agenda setting é a midia a mediadora de alguns interesses “ocultos” e faz submergir temas que é necessário discutir, mas a opinião está dada. Preste atenção na agenda da mídia! Será que a mídia tem reproduzido o retrato fiel do trabalho as instituições policiais?

Gatekeeper (os guardiões do portão – o selecionador) A hipótese da teoria do filtro. Conjuntos de força ou critérios que opera para filtrar uma informação para virar notícia. Pessoa (profissional jornalista) ou grupo que tem a capacidade e o poder de decidir, se deixa uma informação passar ou se a bloqueia. Não há parcialidade, a predominância é interesse empresarial e a politica editorial do veículo, como um negócio e o olhar do profissional que julga de acordo com seus interesses profissionais. Imprime seus próprios valores que resulta na parcialidade e na manipulação da informação em conjunto com a rede de fontes que possuem.
“César tinha suas legiões e Napoleão tinha o seu exército. Eu tenho minhas divisões: TV, jornais, revistas e a meia noite de hoje estarei influenciando o maior número de pessoas que alguém jamais conseguiu, a não ser Deus. E o máximo que ele fez foi o sermão da montanha”. Fala do personagem Elliot Carver – Megaempresário das telecomunicações no filme 007 – O amanhã nunca morre

Newsmaking Teoria da noticiabilidade das informações. É uma sequência do gatekepper. Mas avalia propriamente a informação e o valor que ela tem para virar notícia dentro de alguns cretérios. Determina o conjunto de caracteristicas que o acontecimento deve possuir (o estatuto da notícia) 1 – Deve se avaliar a possibilidade do fato ser reconhecido como acontecimento notável. 2 - Deve ser definidos formas de relatar os acontecimentos sem a pretensão do tratamento pessoal. Mas são os profissionais da mídia que determinam a noticiabilidade da informação. Tem a capacidade de dar valor a informação de acordo com seus interesses, envolve o impacto e a audiência. A escolha das fontes.
Incide no Mimetismo (imitar) É aquela febre que se apodera ou ataca repentinamente a mídia para cobrir um acontecimento qualquer que seja sob o pretexto de que outros meios de comunicação irão cobrir e lhe atribui uma grande importância. O efeito provoca uma bola de neve pois quanto mais se falam de um assunto mais indispensável a sua cobertura se transforma. Consagrando-lhe mais tempo, mais recursos e mais jornalista.

Exemplo que serve para os três
Chega na empresa de comunicação a informação, de fonte segura, que há um princípio de rebelião num presídio da capital. O Gatekeeper (selecionador). Diz, opa e manda uma equipe para lá! No newsmaker é avaliado a noticiabilidade que cabe na informação. Rebelião é segundo o conceito de Maria Rita Kehl, comum, não causa mais tanta sensibilização não comove. É a violência do imaginário. Mas descobrir que a rebelião é a revolta dos detentos motivada por uma regalia concedida ao chefe do PCC, um induto ou o excesso de visita intima que recebe. A newsmaker – noticiabilidade passa a ser o motivo que gerou a rebelião. O mimetismo é um outro veículo que também estava no acontecimento ir nessa mesma linha depois de saber disso através do concorrente

Importância da Comunicação
Embora ninguém nega a indispensável função da comunicação de massa numa democracia, a informação continua sendo essencial ao bom andamento da sociedade. Sabe-se que não há democracia possível sem uma boa rede de comunicação e sem o máximo de informação livre. É graças a informação e ao conhecimento que o ser humano vive como um ser livre.
Deve ou não informar. Sim! Temos que continuar sendo as fontes para os meios de comunicação. Mesmo numa época de mídia tendenciosa e editorializada, comprometido com anunciantes ou com forças políticas onde não há imparcialidade. A importância de usar das mídias sociais para promover um debate e interação. Onde há o poder da participação de pessoas comuns no processo e produção da informação não são empresas, nem marca via; blogs, orkut. wiki, you tube, podcast, entre outros.

Saiu a consolidação anual feita pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) e os jornais brasileiros encerraram o ano de 2008 com uma circulação 5% maior daquela registrada em 2007. A novidade, no entanto, é a confirmação do enorme crescimento dos jornais populares entre os 10 jornais de maior circulação no Brasil, quatro são populares e um é um jornal de notícias esportivas. E entre os cinco primeiros, três são populares. A circulação média diária dos três principais jornais populares – Super Notícia, Meia Hora e Extra –, de 738.377 exemplares, já é quase igual à dos chamados jornais "nacionais“ Folha de S.Paulo, O Globo e Estado de S.Paulo: 812.746 mil exemplares. Fonte IVC.

Audiência segundo o IBOPE
Universos: 5.728.442 domicílios e 17.701.760 indivíduos. Um ponto de audiência corresponde a 1% destes respectivos universos. Fonte IBOPE.

Por fim
Este grupo, como multiplicadores de opinião, tem que tentar intervir de alguma forma nas informações distorcidas. Postar comentários nas midias sociais. Produzir seus próprios de meios de comunicação e informação através de veículos dirigidos e próprios.
Usar sempre a mídias alternativas para informar é o caminho.
Que mídia temos e que mídia queremos é tema de diversos fóruns de debate. Democratização dos meios de comunicação é uma realidade? Que obrigação ou responsabilidade a mídia tem de atender nossos anseios? São reflexões para um próximo encontro.

Bibliografia utilizada:
Inácio Ramonet: Tirania da Comunicação – Mauro Wolf: Teorias da Comunicação – Pierre Bourdieu: Poder Simbólico – Maria Rita Kehl Texto: retirado do livro: A TV aos ro. Criticando a televisão brasileira no seu cinquentenário – Guy Debord: A sociedade do Espetáculo – Hannah Arendt: Condição Humana